
11/02/2025
SAÚDE MENTAL E MATERNIDADE
*Não é publi! É reconhecimento!
Só quem vive(u) o puerpério sabe o vórtice (a)temporal que é.
Primeiro ou terceiro filho, a rodada é sempre atordoante.
O processo de ruptura de quem você foi para quem você se torna a cada parto, em cada filho; as mudanças hormonais; a rede de apoio ou a rede rasgada; a hiper vigilância (será que sou capaz de manter vivo outro ser humano?); as dificuldades dos primeiros dias (meses na verdade); a exaustão física, mental e emocional; a banalização da exaustão; o julgamento ("deixa seu ego de lado!" "Puerpério faz isso mesmo?" "Eu criei N filhos, [sei mais que você]", "eu sou _____ da criança, tenho direitos!!" e por aí vai).
Preciso nem dizer dos desafios da amamentação, né?!
Aliás preciso sim! Porque como profissional da área não me é dado o direito de ter dificuldades. Já fui taxada " a musa da amamentação com problemas?"
Enfim, a desesperança que bate quando se percebe que o tempo, a maturidade, a informação, a experiência de vida não fazem diferença na realidade: o puerpério te coloca na presença das sombras mais invisíveis e no entanto quase intransponíveis que em muitos outros momentos da vida.
Esse é o meu sentimento, cru como na foto que se apresenta; com minhas marcas do tempo e da maternidade. E que só veio parar aqui por escrito, agora, porque nesse processo pude contar com a competência e o acolhimento da Vanessa Coutinho, do espaço terapêutico .
Espaço esse que além de terapêutico, com profissionais igualmente competentes e acolhedores, é também um centro cultural.
Porque o puerpério exige respeito, tempo, acolhimento, entendimento, apoio.
Sem isso, o vórtice te desintegra.