23/01/2024
Em 1948, a Organização Mundial de Saúde definiu o conceito de saúde como um estado de completo bem estar físico, psíquico e social, e não apenas a ausência de doença.
Habitualmente, quando pergunto aos pais: “Seu filho é saudável?” ou “Fale-me sobre a saúde do seu filho”. Frequentemente, recebo a resposta: “Ele é saudável, doutor” ou “É muito saudável, há muito tempo não adoece”. Percebe-se a supervalorização da saúde física e a desvalorização da saúde psíquica e social.
Nesse contexto, urge a importância da abordagem da saúde da criança, pelos pais e profissionais de saúde , de uma forma mais ampla, mais integral.
Conhecemos a saúde psíquica da criança através do seu comportamento, suas emoções, seus hábitos. Mudanças de comportamento como irritabilidade e tristeza excessiva, alterações do sono, dos hábitos alimentares, dentre outros, podem sinalizar que a saúde emocional da criança não vai bem.
De forma semelhante, as relações interpessoais em casa, na escola, nos esportes e até nas redes sociais devem ser igualmente valorizadas pelos pais e pediatras. A vida em ambientes insalubres, poluídos, sem áreas para lazer e desenvolvimento podem afetar negativamente a saúde das crianças.
Atualmente, é crescente a mobilização pelos profissionais de saúde para a inclusão do componente espiritualidade no conceito da saúde. Estudos têm confirmado a importância de se considerar a religiosidade e a espiritualidade como fator de grande relevância na vida das pessoas, associadas a indicadores de bem-estar e com impacto sobre a saúde das pessoas.
Enfim, o cuidado integral com a saúde das crianças e adolescentes, nas esferas física, psíquica, social e espiritual, deve ser um tema sempre abordado nas consultas pediátricas.