11/05/2025
Hoje cedo dei um longo abraço na minha mãe, entreguei uns versos para expressar o meu amor, e falei a frase acima. Sim, eu desagrado a minha mãe ainda que eu a ame.
E tenho que confessar, o último ano foi um dos mais desafiadores para minha relação com ela. Seu adoecimento, mexeu demais comigo. Logo ela, que sempre foi um exemplo de mulher aguerrida e autossuficiente, agora dependente de cuidados, vulnerável? Sim. E com isso, lá estava a minha criança interior, despertando e sentindo intensamente a dor da mãe mais uma vez, fazendo malabarismos para não sentir!!!
Com o emaranhamento cria-se um conflito interno, entre sua criança que teme mais uma vez ter suas necessidades negligenciadas e seu Eu adulto que passa a se sentir culpado se não olhar para a mãe, afinal “devemos” a vida a ela. Não foi assim que aprendemos?
O segredo é sermos capazes de enxergar a mãe real, sustentar culpas, oferecer o que está ao nosso alcance, sem sacrificar as nossas próprias necessidades. Não é a lógica da vida e nem cabe a nós “salvar” nossas mamães, que são maiores que nós e nos dão sua força! Não o contrário!
Mães são portais de muito mais que a vida, são de superpoderes!!! E nesse processo em que meu Eu adulto precisou “maternar” a si enquanto apoiava nos cuidados com a mãe, ele descobriu esse legado que veio através dela. E você não precisa acreditar em herança emocional, trauma transgeracional ou leis sistêmicas. Basta que creia na ciência e biologia, e entenda que embora apenas 50% do seu DNA tenha vindo dela, as mitocôndrias (seu motor de energia) tem origem exclusivamente materna. Olha a potência delas no nosso corpo físico!
O maior presente de dia das mães vai além de homenagens, flores, beijos e abraços, é maternar também a si, honrar o seu Eu, honrar o superpoder que herdou dela. E assim, mamães seguem vivas, através da continuidade da nossa história!
Feliz dia as mamães, portais de vida e de superpoderes! 💜🤎✨