04/06/2024
Outro dia li uma frase por aqui pelas redes, que falava algo sobre a importância de voltarmos a antigos lugares para nos darmos conta de nosso crescimento. Não lembro bem onde li, mas aquilo trouxe uma sensação que fez muito sentido.
Hoje ao me deparar com este trecho de Fernando Pessoa: “… nunca voltarei porque nunca se volta. O lugar a que se volta é sempre outro.”, revivi tal sensação, e me peguei diante de algumas reflexões. Dentre elas, sobre como ao longo da vida lidamos o tempo todo com a transitoriedade das coisas (como já nos disse Freud em 1916, no belíssimo texto “Sobre a transitoriedade”).
Se pararmos pra pensar, quantas vezes nos deparamos com coisas, sejam pensamentos, ideias, sentimentos, relações ou lugares, que um dia pareceram ser de um determinado jeito, representando para nós muitas vezes, uma verdade absoluta, mas que de repente, com o passar do tempo, nos damos conta de que aquilo já não é mais como era antes?
Penso que de modo semelhante acontece com nossas emoções, nossas histórias, principalmente nossas “Estórias” e tudo que carregamos em nosso interior diante dos variados momentos que vivemos.
Perceber tais mudanças, por um lado, pode parecer um tanto assustador, já que evidencia nossas instabilidades, vulnerabilidades e falta de controle. No entanto, por outro lado há algo de muito belo nisso, que denota nossa capacidade para flexibilidade mental e para descoberta inesgotável do novo em nós.
Em última análise, vejo este processo de mudanças internas como sinônimo de transformação e desenvolvimento. E quão adorável é se ver em desenvolvimento, não é mesmo?
Cristiane Borsatto Santiago
Psicóloga CRP 06/120765
Atendimento presencial em Itanhaém-SP e on-line.