Hegle Dias - Psicologia e Neuropsicologia

Hegle Dias - Psicologia e Neuropsicologia Gente que cuida de Gente. Acompanha o caminho. Psicoterapeuta. Gestalt-Terapeuta. Arteterapeuta. O QUE FAZ O NEUROPSICÓLOGO? O QUE É AVALIAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA?

Especialista em Psicologia Clínica Neuropsicologia e Reabilitação Neuropsicológica. O QUE É PSICOTERAPIA?
É um espaço que permite a pessoa (interessada, ou que foi encaminhada) encontrar e conhecer aspectos próprios ou vivenciados em situações diversas, que possam estar lhe trazendo sofrimento emocional, dificuldades de relacionamento, profissionais ou sociais. Muitas vezes é considerada como método de tratamento, isoladamente, ou em parceria com um tratamento médico. O QUE É NEUROPSICOLOGIA?
É uma área da psicologia e das neurociências que estuda as relações entre o sistema nervoso central, o funcionamento cognitivo e o comportamento. Suas principais atuações abrangem o diagnóstico complementar e intervenções clínicas voltadas para os diversos quadros patológicos decorrentes de alterações do Sistema Nervoso Central, bem como pesquisa experimental e clínica na presença ou não de afecções. (MIOTTO: 2012)
No contexto clinico, realiza Avaliação Neuropsicológica a fim de auxiliar no diagnóstico diferencial de quadros neurológicos e transtornos psiquiátricos e, planeja programas de Reabilitação Neuropsicológica, voltados para as alterações cognitivas, comportamentais e de vida diária dos pacientes. Consiste em um processo que busca examinar e analisar as funções cognitivas tais como, atenção, memória, pensamento, linguagem, funções executivas e outros, indicando que funções estão preservadas ou comprometidas. Investiga as alterações de humor, alterações comportamentais e o impacto destas, na vida diária, ocupacional, social e pessoal das pessoas. QUEM PRECISA FAZER ESSE TIPO DE AVALIAÇÃO? A avaliação é indicada para investigar o grau de alterações cognitivas e comportamentais. Além disso, monitora a evolução de quadros neurológicos e psiquiátricos, durante tratamentos clínicos medicamentosos ou cirúrgicos. Geralmente ela é indicada por médicos de diversas especialidades para auxiliar no diagnóstico e tratamento de seus pacientes. É mais comumente solicitada, por Neurologistas, Psiquiatras, Geriatras, Cardiologistas e Pediatras. Algumas vezes é solicitada por professores ou familiares de pessoas com alterações comportamentais. Alguns exemplos de indicações para Avaliação Neuropsicológicas são:
- Déficits cognitivos: pós acidente vascular cerebral (AVC), pós lesões cerebrais decorrentes de traumatismos (TCE); pós tumores, pós meningo-encefalites; nas desordens psiquiátricas; no alcoolismo e abuso de outras substancias químicas;
- Déficits cognitivo na epilepsia; Déficits cognitivos na esclerose múltipla e em outras desordens neurodegenerativas; dificuldades escolares e transtornos do aprendizado;
- Déficit de memória (esquecimentos) associado à idade e em quadros demenciais; Diagnóstico diferencial entre depressão e demência; Déficit atencional no Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH); dentre outros. O QUE É REABILITAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA?
É um processo que envolve um conjunto de procedimentos e técnicas que promovem o restabelecimento do indivíduo incapacitado em sua adaptação física, psicológica e social a fim de superar, enfrentar ou conviver melhor com as dificuldades cognitivas resultantes de uma lesão cerebral ou quadro neurológico. Este trabalho tem como objetivo planejar e programar intervenções junto aos pacientes, familiares, cuidadores junto às equipes multidisciplinares (fisioterapeutas, médicos, fonoaudiólogos, psicoterapeutas, terapeutas ocupacionais, etc.) com o propósito de melhorar a qualidade de vida de pacientes e seus familiares. Entre os recursos utilizados neste trabalho se incluem técnicas de Treino ou Reabilitação Cognitiva com a finalidade de estimular, preservar ou minimizar o comprometimento das funções cognitivas. QUAL A DIFERENÇA ENTRE UM PSICÓLOGO E UM NEUROPSICÓLOGO?
É a formação acadêmica e a prática clínica. Dentro da psicologia há vários campos de trabalho e várias correntes teóricas que a embasam. Nem todos os psicólogos atuam nesta área de conhecimento. Muitos escolhem outros campos e diferentes formas de trabalhar, portanto, não são todos que buscam a Especialização em Neuropsicologia enfatizando-a em sua prática clínica. QUAIS ATIVIDADES SÃO DESENVOLVIDAS NO CONSULTÓRIO?
- Psicoterapia de jovens, adultos e idosos;
- Avaliação Neuropsicológica;
- Treino Cognitivo (prevenção e reabilitação)
- Há possibilidade de atendimento domiciliar para Avaliação Neuropsicológica em caso de encaminhamento médico para pessoas idosas, pessoas hospitalizadas ou pessoas com dificuldades de locomoção. A Reabilitação Neuropsicológica ocorre em parceria com outros profissionais.

Na Gestalt-Terapia quando falamos que um relacionamento não termina no grito, mas no silêncio, podemos ir além da ideia ...
12/10/2025

Na Gestalt-Terapia quando falamos que um relacionamento não termina no grito, mas no silêncio, podemos ir além da ideia de que o silêncio é ausência de palavras: ele também pode ser ausência de presença! O grito, na maioria das vezes, nos dá a sensação de que carrega força vital, ou seja, ainda há investimento, ainda há contato, mesmo que em forma de conflito. O silêncio, ao contrário, pode representar o rompimento do fluxo da relação, a desistência de se arriscar no encontro com o outro.

Do ponto de vista gestáltico um relacionamento se sustenta no campo relacional: eu e você estamos em contato, nos afetamos e nos transformamos mutuamente. Quando, no entanto, esse campo se empobrece, o diálogo se esvazia e os ajustamentos criativos perdem espaço, levando à instalação de um vazio de contato. O silêncio passa a ser, nesse sentido, não apenas falta de fala, mas interrupção do ciclo de troca.

E é interessante pensar que, em muitas das vezes, esse silêncio começa de forma quase imperceptível: pequenas desistências em dizer o que incomoda, pequenas renúncias em compartilhar o que alegra. Aos poucos, o “nós” que sustentava o vínculo vai se desfigurando e quando o encontro não se sustenta, a relação já não encontra mais solo fértil para se expandir.

O inédito aqui é perceber que o fim não está apenas na ausência de voz, mas no colapso do contato. O silêncio, então, é menos sobre não falar e mais sobre não estar e talvez a pergunta mais fecunda não seja “quando paramos de gritar?”, mas “quando paramos de nos encontrar?”.

Ao fazer as suas escolhas e traçar o seu caminho, não se trata de encontrar aquele que parece ser o melhor! Nem mesmo o ...
07/10/2025

Ao fazer as suas escolhas e traçar o seu caminho, não se trata de encontrar aquele que parece ser o melhor! Nem mesmo o que todos dizem ser o correto, o mais rápido ou o mais seguro. Trata-se, na verdade, de encontrar aquele que você sente como sendo seu, aquele que ressoa com a sua história, com as suas capacidades, suas escolhas e, principalmente, com o seu ritmo. Na vida, por mais que a gente se sinta pressionado a seguir padrões externos, fórmulas de sucesso, expectativas familiares, exigências sociais, esses caminhos raramente contemplam a complexidade de quem somos de fato.

Do ponto de vista psicológico cada pessoa desenvolve estratégias de vida únicas, que combinam experiências passadas, traços de personalidade, recursos internos e vivências afetivas. Na Gestalt Terapia, por exemplo, fala-se da importância do ajustamento criativo, ou seja, das soluções que encontramos para lidar com desafios... Por mais que elas sejam incompletas ou imperfeitas, elas são válidas porque nos permitem sobreviver e continuar crescendo e reconhecer isso é, portanto, sobre aceitar que o seu caminho não precisa ser o melhor de todos, mas precisa ser coerente com você.

É nesse sentido que seguir o seu próprio caminho exige uma constante coragem, pois muitas vezes signif**a contrariar vozes externas, enfrentar julgamentos e romper com comparações. É um movimento de autoconhecimento, onde se aprende a escutar o corpo, as emoções e os desejos genuínos, em vez de apenas reagir às expectativas alheias e isso não signif**a ignorar conselhos ou aprendizados, mas filtrar o que realmente contribui para a sua vida e deixar de lado o que não se encaixa.

No fundo, a mensagem é: o seu caminho é único e legítimo, mesmo que pareça tortuoso, lento ou diferente do que outros escolheram. Não é sobre ser melhor, mais rápido ou mais eficiente, mas sobre ser verdadeiro consigo mesmo, respeitar seus limites e celebrar seus avanços, por menores que pareçam. É, enfim, viver a própria trajetória com presença, autenticidade e liberdade, sabendo que o valor de um caminho não está na comparação, mas na conexão com quem você é.

Aprender a dizer “não” é, na verdade, um processo de autoconhecimento e de afirmação da própria existência. Desde cedo m...
05/10/2025

Aprender a dizer “não” é, na verdade, um processo de autoconhecimento e de afirmação da própria existência. Desde cedo muitos de nós recebemos mensagens implícitas de que agradar é o caminho para sermos aceitos ou amados... Crescemos ouvindo que colocar nossas necessidades em primeiro lugar é egoísmo, ou que dizer “não” seria uma forma de rejeitar o outro.

No entanto, o “sim” constante funciona como um filtro poderoso, mas que raramente revela a autenticidade das relações. Isso signif**a que ele apenas mostra quem está acostumado a se beneficiar da nossa disponibilidade, quem aceita nossos limites apenas enquanto eles não existem ou quem se aproxima de nós quando sabe que pode contar com a nossa disponibilidade.

No entanto, a partir do momento que começamos a dizer “não” a realidade se revela: algumas pessoas até podem permanecer próximas, respeitando nossa autonomia, enquanto que outras se afastam, mostrando que estavam ali apenas por interesse ou comodidade. Do ponto de vista da Gestalt Terapia esse movimento de afirmar limites é considerado um importante ajustamento criativo, ou seja, é a melhor solução que encontramos para nos manter íntegros diante de um ambiente que, por anos, exigiu nossa disponibilidade incondicional. Dizer “não” não signif**a rejeitar o outro, mas sim se colocar em primeiro lugar, criando espaço para relações mais equilibradas e verdadeiras.

Além disso, esse processo permite que possamos reconhecer padrões emocionais antigos. Muitas vezes, mantemos vínculos desgastantes ou disfuncionais por medo de conflito, culpa ou rejeição e o "simples" ato de começar a estabelecer limites evidencia esses padrões e nos dá a oportunidade de transformá-los.

Dizer “não” também é uma forma de autocuidado.

Ao contrário do que costumamos pensar, não se trata de egoísmo, mas de respeito à própria vida, ao próprio tempo, às próprias emoções. Cada “não” que pronunciamos nos reconecta com nossos desejos, ritmos e limites e é ele que abre espaço para nos enxergarmos com atenção, de modo a acolher as nossas fragilidades e necessidades sem culpa.

Vamos combinar que todo mundo aqui sabe que a terapia não tem a capacidade de apagar eventos do passado, nem de reescrev...
03/10/2025

Vamos combinar que todo mundo aqui sabe que a terapia não tem a capacidade de apagar eventos do passado, nem de reescrever situações que já aconteceram, né? Ela não serve exatamente pra desfazer perdas, traumas, erros ou experiências dolorosas que moldaram a sua história, mas é capaz de te oferecer algo extremamente poderoso: a possibilidade de transformar a relação que você tem com esses acontecimentos!

Na Gestalt Terapia, por exemplo, fala-se muito sobre “figuras incompletas”. Essas figuras representam experiências que f**aram mal resolvidas, que não puderam ser vividas ou expressas plenamente no momento em que aconteceram, mas que continuam a exercer influência sobre o seu presente, frequentemente de maneira automática, silenciosa e invisível. Elas podem se manifestar, inclusive, por meio de medos repetitivos, padrões de relacionamento disfuncionais, sentimentos de culpa, vergonha ou raiva que não fazem sentido aparente, ou mesmo sensações corporais difusas que indicam tensão ou desconforto emocional.

É nesse contexto que o trabalho terapêutico consiste em trazer essas experiências para o aqui e agora, oferecendo a elas atenção, nomeação e acolhimento. O que antes era uma memória dolorosa se torna uma experiência integrada, algo que você consegue observar com consciência e que não mais domina suas escolhas ou define quem você é.

Além disso, a terapia possibilita perceber padrões repetitivos: comportamentos ou emoções que surgem sem que você compreenda imediatamente a razão. Muitas vezes descobrimos que estamos reagindo a uma situação atual como reagiríamos a uma experiência antiga e reconhecer isso é libertador, pois oferece a oportunidade de interromper ciclos e agir de forma diferente, alinhada às necessidades e valores do presente, não aos ecos do passado.

Portanto, a terapia muda o passado não na forma dos fatos, mas na qualidade do impacto que esses fatos têm sobre você hoje. Ela permite que você carregue sua história sem ser carregado por ela, que viva plenamente o presente e construa o futuro com menos bagagem emocional desnecessária.

Nem sempre é preguiça! Muitas vezes o “não tenho vontade” ou “me falta de energia” tem uma explicação neurobiológica.Aco...
01/10/2025

Nem sempre é preguiça! Muitas vezes o “não tenho vontade” ou “me falta de energia” tem uma explicação neurobiológica.

Acontece assim: o cérebro humano, diante de qualquer sobrecarga emocional, ativa mecanismos de economia de energia! Isso signif**a que, quando somos constantemente exigidos a lidar com demandas externas, como trabalho, família, cobranças sociais, sem espaço para processar emoções, regular o estresse ou simplesmente descansar, o corpo e a mente entram em modo de proteção. Eles nos desaceleram, reduzem a nossa motivação e nos fazem “desligar”.

Somado a essa mecanismo biológico, existe o fato de que vivemos em uma cultura que glorif**a a produtividade e demoniza a pausa. Descansar é muitas vezes interpretado como preguiça e fraqueza, de modo que o cansaço da alma se torna o único modo viável de sobrevivência. O problema é que esse mesmo cansaço, apesar de inevitável, é também invisível… Aprendemos a ignorar os seus sinais, como: tensão muscular constante, irritação, ansiedade, desânimo e apatia.

Sob a perspectiva da Gestalt -Terapia podemos ver esse estado como um sintoma de sobrecarga do contato, ou seja, a pessoa está tão imersa em demandas externas que perde o contato consigo mesma, não percebe mais o que sente e nem suas necessidades mais básicas. O “cansaço da alma” é, portanto, um chamado para parar, sentir e se reconectar.

O caminho, no entanto, não é sobre simplesmente se forçar a “produzir” mais, mas criar espaço para o autocuidado. Pausas, práticas que promovam presença (como caminhar, escrever ou meditar) e momentos de escuta interna são fundamentais para que o seu cérebro e o seu corpo recuperem energia e reorganizem recursos emocionais. Em outras palavras, o que parece preguiça muitas vezes é um convite urgente: ouvir a si mesmo antes que a sobrecarga se torne um colapso.

A aposentadoria é, muitas vezes, vista apenas como um ponto final... O fim de uma etapa profissional, a conclusão de uma...
28/09/2025

A aposentadoria é, muitas vezes, vista apenas como um ponto final... O fim de uma etapa profissional, a conclusão de uma carreira, um documento assinado que atesta que "amanhã você não precisa mais vir". No entanto, esse olhar é limitado, uma vez que a aposentadoria não se trata apenas de um encerramento, mas de um recomeço.

Apesar desse recomeço ter uma representação simbólica marcada pela "data da aposentadoria", ele não acontece em um tempo pré definido ou estabelecido! Ao contrário disso, há um ritmo próprio, de cada pessoa, e que precisa ser respeitado. Quando o crachá deixa de ser obrigatório o corpo e a mente se deparam com uma sensação inédita de tempo livre, mas essa liberdade, para muitos, vem acompanhada de perguntas difíceis, do tipo: “quem sou eu sem meu trabalho?”, “o que ainda posso oferecer ao mundo?”, “como manter um propósito quando minha rotina mudou completamente?”.

Dentro desse contexto e do ponto de vista psicológico, a aposentadoria é um momento de transição que exige reorganização interna. Segundo a Gestalt Terapia cada figura no nosso campo de experiência precisa ser reconhecida e integrada, ou seja, o papel de trabalhador(a) não desaparece imediatamente, mas precisa ceder espaço para outras partes de nós mesmos que f**aram à margem — hobbies, relações afetivas, projetos pessoais e sonhos antigos que foram deixados de lado. E o ritmo desse recomeço é singular: algumas pessoas mergulham rapidamente em novas atividades, enquanto que outras precisam de tempo para aceitar o próprio silêncio e refletir sobre desejos genuínos.

É, portanto, fundamental compreender que não existe um “manual” sobre como viver a aposentadoria, e a pressa para se sentir produtivo ou realizado pode gerar frustração e ansiedade. O segredo está em acolher cada etapa, reconhecendo pequenos avanços e permitindo-se explorar o próprio ritmo, sem comparações ou pressões externas. É preciso caminhar no tempo de cada etapa, reconhecendo que o recomeço não se mede em dias ou meses, mas na forma como nos permitimos viver com presença, signif**ado e autenticidade.

Na Gestalt-Terapia entendemos o ser humano como alguém em constante processo de contato com o mundo, consigo e com os ou...
25/09/2025

Na Gestalt-Terapia entendemos o ser humano como alguém em constante processo de contato com o mundo, consigo e com os outros. O luto, nesse sentido, é uma experiência radical de interrupção desse contato: a pessoa amada, que antes era parte do nosso campo, agora não está mais presente, e o fluxo da vida é violentamente alterado. Surge, portanto, um imenso vazio!

Com o tempo, porém, não é que a dor se apague ou seja esquecida. O que ocorre é que o próprio campo existencial se reorganiza em torno dessa ausência. Aos poucos, o que parecia ser apenas ruptura começa a se transformar em possibilidade de continuidade, de modo que as lembranças deixam de ser apenas motivo de dor e passam, também, a ser formas de presença.

Assim, o tempo não age como um remédio mágico que cicatriza feridas. Ao contrário disso, ele funciona como um aliado na reorganização do contato, ajudando-nos a descobrir novos modos de estar no mundo sem aquela pessoa que se foi. O luto, nesse olhar, não se trata de “superar” ou “deixar para trás”, mas de integrar a perda ao nosso novo modo de existir, reconhecendo o legado do entende querido na forma como nos transformou, nos ensinou e nos atravessou.

Portanto, quando dizemos que “o tempo organiza”, estamos reconhecendo que o luto não é uma linha reta em direção à cura, mas um processo circular, cheio de idas e vindas, de dias leves e dias pesados. Com o tempo, encontramos modos de dar lugar à dor sem que ela sufoque toda a vida, modos de respirar mesmo com a falta e modos de viver apesar da ausência.

Nos relacionamentos líquidos a pressa de descartar muitas vezes não é só sobre pressa ou superficialidade, mas também so...
20/09/2025

Nos relacionamentos líquidos a pressa de descartar muitas vezes não é só sobre pressa ou superficialidade, mas também sobre a dificuldade de tolerar o desconforto natural do vínculo, algo que a Gestalt-Terapia chama de resistência ao contato. O contato não é apenas estar próximo do outro… Ele envolve abertura, vulnerabilidade e e disponibilidade para se lidar com aquilo que nos incomoda em nós e na outra pessoa. Quando evitamos esse desconforto acabamos, portanto, encerrando relações antes mesmo que elas tenham a chance de se aprofundar.

Além disso, a cultura contemporânea intensif**a esse padrão.
Vivemos em um ambiente que valoriza resultados imediatos, prazer instantâneo e “soluções rápidas” para os problemas emocionais. Aplicado aos relacionamentos isso cria uma espécie de expectativa de que cada vínculo deve ser leve, rápido e satisfatório. Se houver tensão, divergência ou necessidade de adaptação muitas vezes descartamos em vez de investir no processo de crescimento conjunto.

Outro ponto relevante é que, em relacionamentos líquidos, a comunicação genuína e profunda muitas vezes é sacrif**ada em nome da conveniência. A Gestalt-Terapia nos lembra que a relação é um espaço de experiência: é onde aprendemos sobre nossos limites, desejos e padrões e evitar esse espaço por medo ou pressa impede que cada vínculo cumpra sua função de aprendizado e desenvolvimento emocional.

Portanto, a pressa de descartar nem sempre indica fragilidade do outro, indica, também, uma dificuldade interna em permanecer presente, em tolerar o desconforto e se desenvolver junto com o vínculo. Reconhecer isso é o primeiro passo para transformar relacionamentos líquidos em experiências mais conscientes e signif**ativas.

Ao contrário do que se imagina, o Burnout não nasce apenas da sobrecarga, mas especialmente da negligência emocional, se...
12/09/2025

Ao contrário do que se imagina, o Burnout não nasce apenas da sobrecarga, mas especialmente da negligência emocional, sendo que em muitos dos casos essa negligência é camuflada pela narrativa de amor ao trabalho.

Geralmente adoecemos não porque odiamos o que fazemos, mas porque esquecemos de nos escutar durante o processo. O esgotamento, por exemplo, não chega fazendo alarde, uma vez que se inicia no silêncio. No dia em que você já não sente mais prazer, mas continua; no momento em que o corpo pede pausa e você responde com ainda mais esforço; e, principalmente, quando a dedicação vira desculpa para ultrapassar os próprios limites.

E nesse movimento todo, onde é que está a sua autorregulação? A sua capacidade de escutar as próprias necessidades e ajustar o ritmo a partir do contato com o que é vivido no presente? O problema é que, em um cenário onde o ritmo é ditado pelo alcance de metas, urgências e resultados, o contato com o próprio ritmo f**a constantemente prejudicado.

É preciso, diante disso, desfazer o mito de que “faça o que ama e nunca terá que trabalhar”. Porque mesmo fazendo o que se ama, ainda existe esforço, cansaço, frustração, limites e costuma que, quem ama o que faz, tende a se cobrar mais, a se responsabilizar por tudo, a acreditar que descansar é um desperdício. É justamente esse amor idealizado que muitas vezes disfarça os sinais do Burnout, tornando o esgotamento ainda mais silencioso e, por isso, mais perigoso.

Amar o que se faz, portanto, não signif**a que você pode ou deve dar conta de tudo. Amar o que se faz não justif**a excessos, nem te torna imune ao colapso. E, definitivamente, não é sinônimo de bem estar.

Quando o cuidado com o trabalho não inclui o cuidado com o trabalhador estamos diante de um terreno fértil para o adoecimento… Amar o que se faz pode até ser bonito, mas essencial mesmo é amar quem faz o trabalho e ainda que trabalhar seja uma das fontes do seu sentido de vida, isso não deve ser a única ação aonde a sua existência se valida.

Tem gente que acha que deixar de tomar certas atitudes é falta de coragem. Mas e se, na verdade, não for falta de corage...
05/09/2025

Tem gente que acha que deixar de tomar certas atitudes é falta de coragem. Mas e se, na verdade, não for falta de coragem e sim apoio?

É fácil confundir um com o outro, afinal vivemos numa cultura que glorif**a o indivíduo que se basta, que romantiza o "vai lá e faz", como se todas as pessoas partissem do mesmo ponto, com os mesmos recursos, com os mesmos afetos disponíveis, só que não é bem assim.

Na prática clínica, no entanto, aprendemos a observar não apenas o comportamento da pessoa, mas o campo em que ela está inserida. Isso signif**a considerar os apoios como elementos fundamentais na construção das escolhas, dos silêncios, das travas e das ações.

Muita gente se sente travada, paralisada, improdutiva, e acaba se culpando por isso. Mas será que essa paralisia é falta de vontade? Ou será que é um corpo tentando se proteger porque nunca aprendeu que poderia contar com alguém?

Não é raro ver mulheres que vivem sobrecarregadas, ansiosas, frustradas, e mesmo assim se culpam por não estarem dando conta “como deveriam”. Só que quase sempre, no fundo dessa angústia, há um histórico de solidão emocional, de relações onde o cuidado era uma via de mão única, de contextos em que pedir ajuda era considerado fraqueza e de aprendizados que ensinaram que, para ser valorizada, era preciso dar conta de tudo.

Mas ninguém deveria ter que ser forte o tempo todo, nem mesmo precisar conquistar tudo sozinha para ser digna de afeto. É bem clichê dizer que ninguém nasce pronto, mas é revolucionário admitir que todos nós nos construímos no encontro.

Na Gestalt chamamos de “funcão de apoio ou suporte” tudo aquilo que nos possibilita agir no mundo: desde recursos internos (como resiliência, criatividade, confiança), até os suportes externos (relações, vínculos, comunidades, escuta, cuidado) e quando esses apoios faltam ou são frágeis demais, então é natural que a coragem também vacile.

Por isso, da próxima vez que você se julgar covarde por não dar um passo, por não tomar uma decisão, por não conseguir mudar algo que te incomoda, talvez a pergunta mais honesta seja: com quem eu posso contar? Quem me segura quando eu fraquejo? Onde está o afeto que me autoriza a tentar, mesmo co

A sensação de que “tá tudo demais” nem sempre aparece em forma de colapso, às vezes ela chega como irritação constante, ...
01/09/2025

A sensação de que “tá tudo demais” nem sempre aparece em forma de colapso, às vezes ela chega como irritação constante, dificuldade de concentração, sono desregulado ou aquela vontade repentina de desaparecer por um tempo.

Você tenta dar conta de tudo… do trabalho, da casa, das mensagens, dos prazos, dos afetos. Se distribui entre mil papéis, tenta ser eficiente, presente e compreensiva, mas no fim, quando tudo silencia, você percebe que ficou de fora da própria equação. E não, não é só sobre a sua agenda que está cheia, mas sobre a sua subjetividade que está esvaziada. Sobre ter se tornado tão funcionalizada que se esqueceu do que precisa, do que deseja e do que sente.

É dessa maneira que você se molda ao que esperam, se adapta ao que é preciso, responde ao mundo sem nem perceber como está se sentindo no processo… Você está ali, mas não está em si.

Essa tentativa de dar conta de tudo muitas vezes nasce de crenças antigas, principalmente a de que seu valor está naquilo que você faz e não no que você é. A de que ser útil te torna menos descartável e de que cuidar de todo mundo evita rejeições, mas o que quase ninguém diz é que viver assim cobra um preço alto e esse preço é você.

Quando não sobra tempo para sua escuta interna, não há presença possível.
Quando a sua prioridade é funcionar e não existir, o corpo adoece.
E quando a gente tenta resolver o mundo, mas ignora as próprias bordas, o afeto deixa de ser encontro e vira obrigação.

Cuidar de si é uma necessidade e não se trata de fazer mais e produzir mais, mas de parar - na medida em que for possível. Admitir que não dá conta, reconhecer os limites e se reconectar com aquilo que faz sentido e não apenas com o que precisa ser feito. A boa notícia é que dar conta de si também é um movimento possível e começa pequeno: escolhendo o silêncio, dizendo um "não", se acolhendo na falha, se vendo como pessoa e não apenas só como função.

Você já se pegou tentando entender o que sente, mas parecia que nada fazia sentido?Na Gestalt-terapia, olhamos para as e...
29/08/2025

Você já se pegou tentando entender o que sente, mas parecia que nada fazia sentido?
Na Gestalt-terapia, olhamos para as emoções como sinais importantes do nosso corpo e da nossa história. Muitas vezes, não aprendemos a nomeá-las ou a lidar com elas desde cedo, e isso pode dificultar esse reconhecimento na vida adulta.

🌀 Mas há caminhos:
👉🏼 ouvir o corpo,
👉🏼 dar nome às emoções,
👉🏼 permitir pausas para o silêncio.

Descobrir o que sentimos não é só um exercício mental, mas uma experiência de escuta e acolhimento de si. E, quando conseguimos reconhecer nossas emoções, abrimos espaço para escolhas mais conscientes e verdadeiras. 🌱E você, como costuma fazer para perceber o que sente?

Endereço

Rua TOMAZ TEIXEIRA DOS SANTOS 98, SL 17, GALERIA, CIDADE NOVA ED POLICENTER
Itaperuna, RJ
28300-000

Horário de Funcionamento

Segunda-feira 09:00 - 18:00
Quarta-feira 09:00 - 18:00
Quinta-feira 09:00 - 18:00

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