Jeferson Silva Psicanalista

27/08/2025

A religiosidade também faz parte da constituição de sentido na vida para humanidade. Muitas vezes, sendo importante para grupos construírem sua percepção sobre união, grupo, generosidade, paz. Nesse sentido, a fé, é discutida à tempos primevos da civilização, a neurologia por sua vez, diz que existe essa um lugar na anatomia cerebral dentro do ser que executa a fé, a esperança, minimizando o sofrimento. Por hora, sobre esse assunto, a religiosidade também mostra, sua importância para pessoas em sofrimento, com diagnósticos de doenças ou, em estados terminais. A psicologia existencial, muito difundida pelo médico e psicólogo Viktor Frankl, também traz, através da noção de ser BIO-PSICO-SOCIAL-NOÉTICO, a noção que o humano também é espiritual, além, claro, de ser biológico (genético), psicológico e permeado por questões sociais que o constitui.

Nesse aspecto, em meus atendimentos no Espaço Melhor idade, com o público idoso, percebo o quanto a noção de grupo, infere positivamente no valor do sujeito e sem seu sentimento de pertencimento e bem estar, a fé e a religiosidade, são pilares que muitos seguem para se nortear perante a existência, que muitas vezes se mostra sem sentido. Por fim, essas pessoas aderem à religiosidade, a qual as ajuda, quando vinculada ao amor, esperança e partilha.

Bom dia!

14/05/2025

Você não é um diagnóstico.
Não é o remédio que toma.
Não é seu emprego, ou seu cargo.
Não é somente seu passado.
Não é o que dizem sobre você.

Você não é sua faculdade.
Você não é seu diploma.
Não são seus bens que definem seu valor.
Você não precisa ser positivo o tempo todo.
Você não precisa se mostrar eficaz sempre.
Você não precisa provar seu valor.
Você não deve nada à ninguém.

Existir vai além dos ditames que escutamos por aí!, estar vivo também é se angustiar, é falhar, sentir vergonha, culpa, se frustrar. E, está tudo bem.

Isso demostra como somos humanos, e saber disso pode ser um divisor de águas em nossas vidas.

Olhar para as dores, se compreender, sentir tédio, tristeza pode parecer ruim em um primeiro momento, mas é libertador compreender que faz parte da constituição humana! E, isso pode trazer sabedoria e grandes ensinamentos, sobre nosso posicionamento na vida, e sobre nossos sofrimentos.

Além disso, somos muito mais do que imaginamos, e sempre temos possibilidades. Por mais que não as enxerguemos de imediato, e às vezes seja difícil perceber tudo isso sozinho, é possível viver uma satisfatória.

Todavia, pra perceber a dimensão própria de ser e existir, é preciso mudar o modo que estamos acostumados à vermos as coisas, e também, a maneira como pensamos e estamos imersos na vida cotidiana e seus pressupostos.

Jeferson Silva, Psicanálise Clínica.

25/12/2024

21/12/2024

No melancólico, "a sombra do objeto caí sobre o eu" (Freud, 1917), ou seja, o sujeito introjeta a perda seja de uma pessoa ou ideal para o Eu, e esse se transforma em alvo de recriminações, culpa, martírio.
E são trabalhados esse pontos em análise.

No fóbico, o medo do objeto fóbico torna-se a barreira, sendo evitado e controlado. Análise ajuda na interpretação desse medo.

No obsessivo, o controle do desejo, mantendo ele em inação, e o controle do desejo do Outro, a repetição são elementos visíveis, o pensamento mágico que algo pode acontecer, as repetições se tornam gozo, em análise é trabalhada a falta e o olhar para o desejo, pra frustrações, e não controle do desejo.

Na histeria, o sujeito quer satisfazer o desejo do Outro, e mantê-lo em movimento frustrando-o, em análise é trabalhado a satisfação do próprio sujeito, e o porquê a busca por satisfazer o Outro, através de intervenções é possível que o sujeito veja seu gozo.

É importante salientar que não existe estrutura total e sim uma proeminência e tendência para tal, por exemplo; o sujeito pode estar em uma estrutura obsessiva e apresentar traços de histeria, fobia.

20/12/2024

18/12/2024

Livro para pensarmos o fenômeno depressivo como acontecimento de nossa época, questões valiosísimas são abordadas, como por exemplo como o a positividade, a produtividade, o desempenho, cobra do ser um preço alto, a técnica tardo moderna não deixa tempo para o ser aí humano refletir ou parar, ela cobra, ou aliás a técnica-moderna, introjeta no sujeito a própria cobrança, prometendo autonomia, sucesso e ele se martiriza o tempo todo para corresponder a esses pressupostos de pseudo felicidade, a liquidez moderna não permite parar para pensar ou se demorar em si mesmo, ela pressupõe a troca, o consumo de bens e relações o foco nela é ter, e não o ser em si.

Nós profissionais necessitamos ser críticos nesse aspectos e ter um olhar clínico, acolhedor e que permita que o paciente, entre em contato consigo mesmo e com sua experiência depressiva, sem julgamentos, ademais, ao receber pacientes nesse fenômeno, não tentar reinserilos naquilo que os adoeceu, para autora a depressão é um esvaziamento, cansaço, uma afinação afetiva para o tédio. Nada maid tampona o ser, nem comida, nem a mídia, nem a rede social, o que antes era colocado como suprasumo do bem estar, caí por terra. A depressão nesse ínterim é um alarme e um convite para se pensar a vida existencial, os afetos e o que está acontecendo atualmente, é um apelo do ser para olhar para si próprio.