Quando pensamos nos recursos para promover este autodesenvolvimento, estamos fundamentalmente considerando a educação e qualquer outra ação, que venha a contribuir para que o indivíduo gerencie a si mesmo! No atual contexto das organizações, este tema acabou assumindo uma grande importância, pois o autodesenvolvimento tornou-se uma das mais importantes competências para o profissional do século XX
I e dele dependerá o sucesso das pessoas e conseqüentemente das organizações. Só as organizações que tiverem pessoas que estejam absolutamente conscientes e focadas em seu autodesenvolvimento, serão capazes de responder rapidamente a mudanças tão aceleradas, adaptar-se à nova realidade tecnológica, e superarem os desafios, que garantam, mais do que a sobrevivência, o sucesso organizacional. O autodesenvolvimento não se restringe apenas à "gestão da carreira". Este é um importante aspecto, mas existem outros que são preliminares e, por isto, mais genéricos. O processo de autodesenvolvimento engloba algumas etapas essenciais:
Fazer uma auto-análise
Buscar ajuda e participação de pessoas que possam contribuir para seu autodiagnóstico, através de feedbacks eficazes. Definir os objetivos e métodos mais adequados para atingi-los. Agir, porque não adianta ficar só na intenção; é preciso canalizar a energia e partir para ação. A competência de autodesenvolvimento implica numa acentuada capacidade de estudar, numa curiosidade natural, que se manifesta por um interesse em descobrir e conhecer o mundo, na iniciativa, na persistência e automotivação e na disciplina. Todas estas características estão relacionadas ao desenvolvimento da nossa inteligência emocional, o que nos leva a constatar que esta é a base de todo o processo de autodesenvolvimento. Peter Drucker, em Desafios Gerenciais para o Século XXI, afirma que "gerenciar a si mesmo" significa colocar-se onde você possa fazer sua maior contribuição à sociedade; - aprender a se desenvolver constantemente, mantendo-se mentalmente ativo; e – aprender a como e quando mudar. Na verdade, um ponto em que todos os gurus acabam concordando é que as pessoas que têm um autoconhecimento desenvolvido e que conseguem analisar as exigências do seu trabalho, de profissões de interesse e do mercado, podem ter maiores possibilidades de realização na carreira e na vida pessoal, pois encontram alternativas adequadas ao seu perfil e adaptam-se mais facilmente às mudanças trazidas pelas novas tecnologias. Seguindo por esta linha de raciocínio, notamos que o autodesenvolvimento é uma questão estratégica na vida das pessoas, e que, no contexto de hoje, está relacionado ao sucesso individual e, por conseqüência, ao sucesso organizacional. Contudo, vamos nos deter agora nesta questão estratégica, ou seja, o nosso autodesenvolvimento tem de estar alinhado com a nossa missão, nossa visão, nossos valores, e no significado que damos ao trabalho em nossa vida. Em sua obra, À procura de si próprio -Um guia para a Realização Pessoal, Barbara Braham afirma que somente quando compreendemos a nossa missão, conseguimos olhar para frente e "enxergar a nossa visão de futuro". Segundo Joel Backer, um dos estudiosos sobre o futuro mais conhecido na atualidade, esta visão é um dos principais diferenciais entre pessoas, organizações e nações bem ou mal sucedidas. É esta visão, que compartilhada e posta em ação, pode mudar a vida das pessoas e, conseqüentemente, o mundo. São os valores que permeiam as nossas escolhas em busca da realização pessoal. Precisamos ter clareza de nossos valores, pois são eles as nossas referências mais consistentes, que nos fazem buscar a coerência entre o discurso e as ações que empreendemos. O significado do trabalho em nossa vida passou a ser importante nestas definições estratégicas, pois já que passamos mais de 1/3 de nossas vidas no trabalho e, como dissemos antes, em média vamos trabalhar 50 anos, temos que nos preocupar em mudar alguns paradigmas relacionados ao trabalho como "dever ou obrigação". Hoje algumas pessoas já começam a encarar o trabalho como fonte de prazer, buscando fazer aquilo que dê significado à sua vida e que esteja compatível com sua missão, seus valores, e sua visão de futuro. No entanto, sabemos que dada a complexidade do SER HUMANO, muitas vezes, ele mesmo boicota estas realizações, utilizando "máscaras", como diz Barbara Braham na obra citada anteriormente. Precisamos tirar estas "máscaras" (a tirania do devo, a baixa auto-estima, o medo e outras) que nos distanciam de nós mesmos, que nos impedem de ver com mais clareza aquilo que somos e que desejamos. Tiradas estas máscaras conseguiremos caminhar no sentido de nossa auto-realização, que é a essência do sucesso pessoal e profissional.
À medida que entendemos o SER HUMANO como um SER HOLÍSTICO, não podemos separar a perspectiva pessoal da profissional. Muito se tem dito hoje sobre como a realização pessoal afeta a realização profissional, e vice-versa. Desta forma, pensar no significado do sucesso para o indivíduo é considerar o bom resultado, êxito ou triunfo (como diz o dicionário do Houaiss) de forma geral, ou seja, na vida. No entanto, sabemos que este é um assunto bastante complexo dada a sua subjetividade, pois o que é sucesso para um, pode não ser para outro, tendo em vista essencialmente os valores pessoais. Um dos principais questionamentos do SER HUMANO está relacionado ao como deve investir o seu tempo: para ganhar dinheiro ou para ser feliz? Uma pessoa mais focada no comportamento de SER, por considerar que TER é uma conseqüência, terá um entendimento diferente do que uma que está mais preocupada com o TER, por exemplo. Por isso, pouco nos agregaria neste momento dar uma única definição do que seja sucesso, dada a singularidade do tema, mas podemos analisar que fatores podem nos levar ao "sucesso".