
04/06/2025
A Medicalização do Sofrimento e a Ilusão do ‘Tudo Perfeito’
Você já se sentiu triste após perder alguém querido? Insegura depois do fim de um ciclo familiar? Frustrada por não alcançar aquele sonho que parecia tão perto? Ou simplesmente ansiosa antes de uma grande mudança? Eu sei, essas dores pesam. Mas, como psicóloga, quero te perguntar: e se essas dores forem parte de ser humano? E mais: por que nos cobram que estejamos sempre felizes, como se tudo precisasse ser lindo e perfeito?
Vivemos numa era em que o sofrimento é tratado como algo a ser “consertado” rápido, como se sentir fosse errado. A medicalização do sofrimento – a ideia de que toda dor emocional precisa de uma pílula ou solução imediata – muitas vezes nos impede de acolher o que essas emoções têm a nos ensinar. E, pra piorar, a cultura da felicidade obrigatória nos pressiona a postar sorrisos no Instagram, a fingir que “tá tudo bem”, enquanto escondemos o que realmente sentimos.
Dores que são humanas
Tristeza após uma perda: Perder um ente querido ou até um pet dói fundo. O luto é um jeito de honrar o que foi vivido enquanto seguimos em frente.
Insegurança após um término familiar: O fim de um casamento ou relação próxima traz mágoa, dúvida, até alívio. Esses sentimentos nos mostram o que valorizamos.
Frustração por um plano que não deu certo: Não passar numa prova, perder uma oportunidade no trabalho ou ver um projeto falhar machuca. Mas é aí que aprendemos a nos reinventar.
Ansiedade antes de um passo novo: O frio na barriga antes de mudar de cidade, começar um emprego ou falar em público é seu corpo se preparando. É natural!
Vazio de “quem sou eu?”: Sentir-se desconectada, como se faltasse algo, é um convite para olhar pra dentro e redescobrir sua essência.
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