18/06/2024
«EU NÃO AJUDO MINHA ESPOSA
Um amigo veio na minha casa tomar café, sentamos e conversamos sobre a vida. Em determinado momento da conversa, eu disse: "Vou lavar a louça e volto num instante".
Ele olhou para mim como se eu lhe tivesse dito que ia construir um foguete espacial. Então ele disse-me, com admiração mas um pouco perplexo: "Que bom que ajudes a tua mulher, eu não ajudo porque quando o faço a minha mulher não o elogia. Até na semana passada lavei o chão e nem um obrigado.”
Sentei-me novamente e expliquei-lhe que eu não "ajudo" a minha mulher. Na verdade, minha mulher não precisa de ajuda, ela precisa de um parceiro. Eu sou um sócio na casa e por causa dessa sociedade as tarefas são divididas, mas certamente não é uma "ajuda" com as tarefas domésticas.
Eu não ajudo minha mulher a limpar a casa porque eu também moro aqui e preciso que eu também limpe.
Eu não ajudo minha mulher a cozinhar porque eu também quero comer e preciso que eu também cozinhe.
Eu não ajudo minha mulher a lavar a louça depois de comer porque eu também uso esses pratos.
Eu não ajudo minha mulher com os filhos porque eles também são meus filhos e é meu papel ser pai.
Eu não ajudo minha mulher a lavar, estender ou dobrar a roupa, porque a roupa também é minha e dos meus filhos.
Eu não sou uma grande ajuda em casa, eu faço parte da casa. E quanto a elogiar, perguntei ao meu amigo quando foi a última vez que, depois que a esposa dele terminou de limpar a casa, cuidar da roupa, trocar lençóis, dar banho aos filhos, cozinhar, organizar etc. Ele disse-lhe, obrigado. Mas um obrigado do tipo: Uau, querida! Você é fantástica!
Isto parece-te absurdo? Está a parecer estranho para você? Quando você, uma vez na vida, limpou o chão, esperava pelo menos um prêmio de excelência com muita glória... Porquê? Porquê? Já pensaste nisso, amigo?
Talvez porque para você, a cultura machista lhe mostrou que tudo é tarefa dela.
Talvez porque te ensinaram que tudo isso deve ser feito sem que tenhas que mexer um dedo? Então elogie-a como você queria ser elogiado, da mesma forma, com a mesma intensidade. Dê uma mão, comporte-se como um verdadeiro companheiro, não como um hóspede que só vem comer, dormir,