15/04/2024
Alcoolismo é doença
Sinais que indicam abuso e dependência:
Embora aceito pela sociedade quando o uso é sociável, a bebida alcoólica pode oferecer uma série de perigos, principalmente quando se instala o alcoolismo, caracterizado pelo consumo compulsivo e progressivo, tornando o usuário tolerante à intoxicação produzida pelo álcool, e desenvolvendo sinais e sintomas de abstinência. O alcoolismo é considerado doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
O uso constante, descontrolado e progressivo de bebidas alcoólicas pode comprometer seriamente o bom funcionamento do organismo, levando a consequências irreversíveis, com prejuízos não apenas para a própria vida, mas impactando no ambiente familiar, e na vida profissional e social. No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, 17,9% da população adulta faz uso abusivo de bebida alcoólica.
Fatores como ansiedade, angústia, insegurança, fácil acesso às bebidas e condições culturais estão associados à dependência, que é muito comum começar na adolescência, período em que se iniciam as reuniões sociais e a oferta de bebidas alcoólicas. No Brasil, segundo dados da OMS, o consumo de bebida alcoólica por brasileiros acima de 15 anos está em ritmo acelerado desde 2006, com aumento de 43,5%.
O álcool encontrado nas bebidas é o etanol, uma substância resultante da fermentação de elementos naturais. Quando ingerido, o etanol é digerido no estômago, absorvido no intestino e, pela corrente sanguínea suas moléculas são levadas ao cérebro.
Uso, abuso e dependência
A dependência do álcool afeta uma pequena, mas significativa, proporção da população adulta em muitos países (cerca de 3 a 5%), mas o abuso e uso arriscado do álcool, geralmente afetam grande parte da população (15 a 40%).
O uso refere-se a qualquer ingestão de álcool. A OMS usa o termo baixo risco de uso de álcool, para se referir à ingestão de álcool que geralmente não resulta em problemas relacionados à bebida.
O abuso de álcool é um termo geral para qualquer nível de risco, desde a ingestão aumentada até a dependência do álcool. O abuso de álcool pode produzir danos físicos ou mentais à saúde, mesmo na ausência de dependência.
Já a dependência do álcool é uma síndrome que consiste em sintomas relacionados ao funcionamento mental, comportamental e psicológico. O diagnóstico da dependência do álcool dever ser feito se as seguintes situações foram experimentadas ou exibidas durante um período de 12 meses:
• Forte desejo ou compulsão para beber
• Dificuldades em controlar a ingestão de álcool, em relação ao seu início, término, ou quantidade
• Alteração psicológica quando o uso de álcool é cessado ou reduzido, ou utilizar-se do álcool para aliviar ou evitar sintomas de alterações psicológicas
• Evidência de tolerância, como doses cada vez maiores, para atingir os mesmos efeitos causados pelas doses menores anteriores
• Quando o uso de bebida alcoólica interfere na perda progressiva de interesse por atividades antes realizadas ou por outras fontes de prazer
• Persistência no consumo de álcool mesmo em situações em que o consumo é contraindicado, ou apesar de provas evidentes de prejuízos, como lesões, infecções e danos ao organismo
Em longo prazo, o álcool prejudica todos os órgãos e pode causar:
• No estômago: gastrite e úlcera
• No fígado: hepatite alcoólica, cirrose e acúmulo de gordura
• No pâncreas: pancreatite
• Nos nervos: neurite, diminuição da sensibilidade e da força muscular nas pernas
• Hipertensão
• Aterosclerose
• Acidentes Vasculares
• Demência
• Psicose
• Depressão
O abuso de álcool também afeta a percepção, a reação e os reflexos aumentando o risco de acidentes no trânsito e no trabalho, além de comportamentos antissociais, violência doméstica e ruptura de relacionamentos.
Tratamento
A primeira decisão é reconhecer que precisa de ajuda, e pedir ajuda. Isso nem sempre é fácil porque o alcoólatra tem dificuldade em reconhecer que está dependente. Nesse momento, a solidariedade de amigos e familiares é essencial.
A natureza do tratamento depende do grau de dependência e dos recursos disponíveis. Os tratamentos podem ser feitos em hospitais, em casa ou em consultas ambulatoriais. O envolvimento e apoio da família são essenciais para a recuperação. Muitos programas oferecem aconselhamento conjugal e terapia familiar como parte do processo de tratamento.
O tratamento pode incluir:
• A desintoxicação (processo de retirar o álcool com segurança)
• O uso de medicamentos para diminuir a compulsão pelo álcool
• Aconselhamento, para ajudar a identificar situações e sentimentos que levam à necessidade de beber, além de construir novas maneiras de lidar com essas situações
Internações em clínicas especializada para ter uma avaliacao médica,acompanhamento psicológico,cuidados de enfermagem,pois muitos estão debilitados e precisam de um ambiente seguro sem a o Álcool
Alcoolismo não tem cura mas tem tratam
Embora o alcoolismo seja uma doença tratável, ainda não há cura. Isto significa que, mesmo que um dependente de álcool esteja sóbrio por muito tempo, ele é suscetível a recaídas. Por isso deve-se evitar qualquer bebida alcóolica, em qualquer quantidade. Reduzir o consumo pode até diminuir ou retardar problemas, mas não é suficiente: a abstinência é necessária para que a recuperação seja bem-sucedida.
Luis Ricardo
Terapeuta em Dependencia Química e Saúde Mental