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ASSIM EM PILÕEZINHOS COMO NA ÍNDIA  Das atividades a que me dediquei durante esses meus 60 anos completados em agosto de...
31/12/2023

ASSIM EM PILÕEZINHOS COMO NA ÍNDIA

Das atividades a que me dediquei durante esses meus 60 anos completados em agosto de 2023, aquela que mais me impactou foi a de viajante aventureiro, a qual iniciei aos 9 anos de idade, quando ousei romper sozinho os limites do entorno de Guarabira, cidade onde morei dos 3 dias de nascido até aos 12 anos e meio.
Sendo assim, não sei com quantos minutos de pedalada entrei nas terras de Pilõezinhos, hoje praticamente unidas a Guarabira devido à grande urbanização da região. Só sei que os músculos das minhas pernas infantis que moviam minha bicicleta Caloi já reclamavam, mas meu desejo de ver algo novo era bem maior que sua dor. Então segui pela estrada de barro estreita, tendo apenas o matagal que lhe cercava como testemunha, somada vez ou outra com uma casinha aqui ou acolá. Quando já pensava que não iria chegar mais, eis que se deu minha entrada na cidade, a qual se descortinou aos poucos pela multiplicação de pequenas casas seguidas. Era Gulliver em suas viagens.
Não nego o meu desapontamento. Ainda sinto o choque quando entendi por completo do que Pilõezinhos era composto no início dos anos 1970: primeiramente, começou com a estrada de barro que me trouxera até ali se estreitando entre casebres, transformando-se numa rua de paralelepípedos comprida e em forma de S, de onde saíam quatro ou cinco ruas transversais de barro, terminando, pouco depois, numa área mais alargada e meio trapezoidal, em cujo fundo havia uma pequena igreja ao lado de uma mangueira e só; nada de praça, nada de gente nas ruas, a não ser um rapaz e uma velha em frente a uma casa de taipa como que espantados, vendo uma criança desconhecida a observar tudo por ali naquela manhã. Chegando ao espaço da igreja, senti um súbito aperto no peito e quis ir embora logo dali, pensando em como eu poderia viver num lugar ermo como aquele. Contudo estava realizado.
Eu não sabia então que Pilõezinhos, como cidade, tinha a minha mesma idade, já que se emancipara de Guarabira em dezembro de 1963; eu havia nascido em agosto deste mesmo ano. Acho que, nessa época, eu já estava impressionado demais com os grandes construções de Recife, Fortaleza e João Pessoa, quando as visitara com minha mãe, porque a minha esperança de criança muito curiosa e sonhadora era rever algo parecido com elas. Talvez a minha fantasia de então fosse que grande parte do que estivesse além dos morros que cercam Guarabira parecesse com aquelas três capitais que eu conhecera ou, no mínimo, lembrassem as imagens dos cartões postais de cidades que eu já colecionava. Mas a impressão que meus olhos tiveram em Pilõezinhos foi que eu saíra de Guarabira, um lugar que eu já tinha começado a achar pequeno e sem graça, comparado com as metrópoles que eu já percorrera, e ido para um local ainda menos interessante. De qualquer forma, depois dessa aventura, ainda fiz muitas estripulias ao redor de Guarabira, descobrindo bairros e distritos distantes, visitando até outra cidade, como Pirpirituba, até deixar meu torrão definitivamente no início de 1977, mas só voltei a Pilõezinhos outra vez com 40 anos de idade. Pena que não me lembrei de me certificar se a igreja era ainda a mesma e se estava no mesmo local de outrora.
Os anos se passaram e muitas outras viagens já fiz, mas um acontecimento inexplicável foi sentir aquele mesmo aperto no peito em Pilõezinhos pouco depois de chegar, também sozinho, no saguão do aeroporto internacional de Mumbai, a maior cidade da Índia. Eu estava celebrando meus 60 anos e realizava meu sonho de dar uma volta ao mundo, tendo começado pela Alemanha, passado pelos Emirados Árabes e, uma vez na Índia, seguiria pelos países do sudeste asiático até ao Japão, voltando de lá via Estados Unidos.
No planejamento dessa viagem, já tinha visto vários programas de viajantes pela Índia e achava que eles carregavam nas tintas, pintando o pior do subcontinente indiano. Este país sabidamente parece ser de outra ordem, mas não poderia oferecer todo aquele caos. Mas essa descrença durou apenas o instante de deixar o avião e o momento de pegar minha mala e dirigir-me ao saguão do aeroporto. Levei um bom tempo para entender, entre os quatro planos telefônicos com internet locais disponíveis, qual seria o mais apropriado e mais em conta para mim. Entre trocar dinheiro e entender que o único meio de transporte para chegar ao centro seria via táxi, e aonde pegá-lo, levei outra eternidade.
Mas tão logo paguei o traslado, a moça do balcão da cooperativa de taxi do aeroporto me entregou um pedaço de papel com alguma coisa escrita. Perguntei outra vez o que era aquilo e só bem depois fui entender que se tratava de um “voucher” para eu tomar o táxi dali para o hotel onde eu iria me hospedar no centro da cidade.
No pátio onde estavam vários carros estacionados, aquele que depois eu entendi que viria a ser meu motorista, assim que me viu com o papel na mão, se aproximou de mim e, de supetão, tomou a mala da minha mão e saiu às pressas em direção a um carro distante. Quase enlouqueci ao pensar que já se tratava de um assalto em plena área do aeroporto e comecei a gritar por ajuda, com os olhos arregalados: help! help! Foi quando o motorista voltou, se identificou e me acalmou, levando-me em segurança para dentro do taxi.
Voltei a arregalar os olhos novamente no banco de trás, bem como a ir me enterrando nele, quando o motorista, deixando a área do aeroporto, pegou a estrada que seguia para o centro de Mumbai. A viagem durou pouco menos de uma hora, com o taxi se espremendo entre outros carros ao som de buzinadas infernais e sob uma chuva fina das monções.
Meu hotel ficava no bairro de Colaba, ao sul da cidade, perto do Portal da Índia, monumental construção concluída no período colonial britânico em 1924. Foi ele que despertou minha tentação de visitar Mumbai quando o vira na Internet numa fotografia tirada de um ângulo que lhe transmitia uma suntuosa grandiosidade. Essas tentações eu ainda carrego desde criança toda vez que vejo belas imagens de paisagens naturais ou urbanas. Isso começou a partir de sensações que me enchiam o peito, erupcionando meu desejo de, com todos os meus sentidos, chegar junto, ver, tocar, apreciar e devorar as paisagens a que tinha acesso, especialmente das ilustrações da coleção “Revista Geográfica Universal”, cuja primeira edição no Brasil até a 100ª ainda guardo comigo.
Assim, no dia seguinte, fui conhecer esse Portal, juntamente com outras construções de interesse histórico e arquitetônico nos arredores. Ao lado da baía de Mumbai, cercando o monumento, havia outro mar, só que de gente, o que provocava um grande alvoroço em meio a um calor úmido e escaldante. A cidade, naquele final de semana, estava ainda mais entupida de gente, com grupos de pessoas dançando ao ritmo das músicas típicas no meio da rua, com estrondosos fogos de artifício, tudo por conta do festival de Ganesha. Aqui e ali, no meio das ruas, várias tendas de tecidos coloridos, com altares ostentando, no topo, a figura desse Deus, e os fiéis entrando nessas tendas, fazendo suas orações e voltando a se perder na multidão. Ganesha, muito popular e extremamente amado pelos hindus, é aquele Deus com cara de elefante, responsável por entregar a boa fortuna a quem tiver fé.
Diferente da experiência da chegada em Pilõezinhos, enfrentei uma multidão de visitantes que se atropelava entre vendedores ambulantes de tudo o que se pode imaginar, até passarmos cada um pelo funil da inspeção policial, além das bolsas no raio x, para então ser admitido na grande área cercada do Portal. Lá dentro, ainda tive que vencer a insistência dos fotógrafos oferecendo fotos com impressão instantânea, dos vendedores de água e de muitas sementes torradas desconhecidas, torrando ainda mais minha já pouca paciência esgotada pelo suor que escorria por minha testa e encharcava toda minha camiseta e o cós da minha bermuda. Finalmente cheguei ao monumento e, por ser proibido atravessá-lo de um lado ao outro, apenas contornei a cerca que nos separava dele, observando várias vezes seus detalhes construtivos ao alto na fachada.
Não sei se devido a algum filtro que refinara a qualidade da imagem do Portal de Mumbai visto na Internet, bem como ao caso de já ter visto outros arcos mundialmente famosos, só que circundados por ambientes mais valorizados paisagisticamente, o fato foi que a realidade desse Portal não correspondeu ao meu desejo de incorporar sua figura à minha alma, como fazia com os demais monumentos. Foi como se estivesse chegando a Pilõezinhos depois daquelas horas de pedalada. Quem me reconhecesse ali viria claramente meu ar de desapontamento. De qualquer forma, tentei internalizar a verdade de que estava na metrópole mais pujante da Índia, uma São Paulo para nós, e, revigorado, deixei essa área em busca das outras belezas da cidade.
Segui caminhando pelas ruas cheias de imundice do centro histórico da cidade. Admirei um prédio ali, outro acolá com uma arquitetura que me chamou a atenção, além de uma imensa área verde descampada, com muito lixo ao redor e pessoas jogando críquete ao longe, uma herança cultural esportiva do imperialismo inglês no país, até alcançar o outro lado do cabo que forma a baía Back. A Marine Drive, avenida que circunda essa baía, é repleta de construções de cinco a seis pavimentos, todos em estilo Art-Déco dos anos 1940 e 1950, ainda lindos apesar de tão dilapidados. Como em todos os lugares, talvez por ser um domingo, gente e mais gente passeando na calçada esburacada e muitas outras sentadas num muro de dois degraus à beira mar. Andei o quanto pude até me deparar com uma praia da região, com areia escura e, como não poderia deixar de ser, mais lixo.
Na segunda-feira seguinte, fui conhecer as ruas comerciais, ver as lojas e vitrines, na ânsia de sentir como seria um dia de semana comum naquela cidade. Não muito longe ficava o centro administrativo, a Universidade de Mumbai e a sede do Poder Judiciário. Todos esses prédios apresentam traços arquitetônicos coloniais britânicos, com a incorporação dos magníficos estilos vitoriano, neogótico e indo-saracênico, fazendo-os destoar do entorno repleto de sujeira. Tentei abstrair essa incômoda característica cultural do povo indiano e mantive o meu passeio para, bem mais à frente, me deparar com a estação de trem urbano de Church Gate. Foi onde senti que a minha vontade de pegar um trem na Índia se acabara ali mesmo.
No dia posterior voltei ao aeroporto para embarcar para Nova Delli. O motorista me perguntou se eu gostaria de cortar caminho pela ponte marítima por onde eu tinha vindo no sábado, mas preferi ir por dentro da cidade para vê-la ainda melhor. Não gostei nem um pouco do que vi.
E assim foi também em Delli. A antiga Delli é uma mistura de uma favela ao lado de um grande lixão. Já a Nova Delli é bem mais moderna e organizada, porém com um traçado urbanístico muito estranho porque é constituída de “colônias” cerradas por altos muros, como se fossem grandes condomínios fechados, cujo interior não pode ser visto a partir das avenidas e ruas adjacentes. No próprio Palácio do Governo, famoso pelo esplendor de seus ditos 340 aposentos e jardins deslumbrantes, sua fachada principal só pode ser apreciada a partir de uma distância cuja vista não alcança, vendo-se apenas uma silhueta.
Em suma, o que eu mais vi e senti tanto em Mumbai quanto em Delli, respectivamente a maior cidade e a capital do país, a sexta maior economia do planeta, foi lixo, favela e poluição visual e do ar. Não que eu estivesse em busca disso, mas é que elas saltam aos olhos. E por falar em poluição do ar dessas metrópoles, atribuo a ela a causa da minha broncopneumonia que abortou meus planos, fazendo-me voltar para casa antes de realizar meu sonho da volta ao mundo.
Mas para não ser injusto e maledicente, afirmo que existem, sim, paisagens urbanas com construções históricas e modernas com arquiteturas encantadoras em Mumbai e Delli, só que, na maioria das vezes, em meio a muita sujeira e miséria. Claro que isso não é exclusividade de países da periferia do capitalismo como Índia e Brasil, porque, como cantam os Titãs, “miséria é miséria em qualquer canto”. Porém eu, cidadão brasileiro do Brejo paraibano, estou cansado de ver tanta mazela desde quando fui a Pilõezinhos na minha primeira aventura pelo mundo.

21/12/2023

Que nosso Papai Noel interno nos preseteie com a coragem para desamarrarmos os grilhões que nos impedem de sermos inteiros conforme nosso desejo.
FELIZ NATAL!!!

14/12/2023

Quando Lacan diz que "amar é dar o que não se tem a alguém que não o quer ", entendo que se trata de entregarmos ao outro a nossa falta numa aposta incerta de que esse outro aceite a nossa condição faltante natural, já que ninguém dispõe da completude para oferecer.

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