
08/03/2025
No Dia Internacional da Mulher, vamos falar da “mulher guerreira”?
O termo “mulher guerreira” soa como um elogio, é usado geralmente para designar a capacidade de a mulher ser forte, corajosa, proteger os filhos e a família, assumir múltiplos papéis na sua vida diária, buscar superar as dores e sofrimentos provocados pelo mundo predominantemente de valores masculinos...
É um termo que tenta remeter ao empoderamento, à liderança, a estimular e reconhecer a força interna que as mulheres têm buscado, para enfrentar as batalhas que a vida lhes impõe. É um olhar de heroísmo!
No entanto, é preciso ter muita atenção! A romantização do termo cria a expectativa de que somos capazes de suportar tudo. O ideal de guerreira pode ignorar a necessidade de cuidado e de apoio emocional, a vulnerabilidade de cada uma, levando a um estado de sobrecarga, em consequência, à exaustão interna, com reflexos diretamente no seu bem-estar físico e emocional e na qualidade de vida futura.
Geralmente a “mulher guerreira” tenta carregar o mundo nas costas, mas todo esse peso leva a cicatrizes e marcas profundas nas suas vidas. Além do mais, nem todas enfrentam as mesmas lutas ou têm as mesmas oportunidades de “lutar”. Essa generalização pode invisibilizar as realidades de mulheres que não conseguem se encaixar nesse ideal, trazendo sentimentos de inferioridade, de fracassos.
Não se pode esquecer, também, que, por trás de cada “mulher guerreira”, existem pessoas que não cumpriram o seu papel, situação de acomodação daqueles que a cercam, falta de divisão igualitária de tarefas, poucas oportunidades de escolhas e um histórico de violações de direitos.
Vamos primeiro pensar: por que ainda se fala em “mulheres guerreiras”? Contra quem ou o que precisam lutar?