
20/02/2025
Há 27 anos, desde que cheguei à Paraíba, iniciei minha jornada na mastologia diagnóstica. Sempre exerci minha profissão de maneira diferenciada, reservando um espaço especial na minha agenda para atendimentos sociais, onde, muitas vezes, o pagamento recebido foi (é e sempre será) a gratidão eterna das minhas pacientes.
Talvez minha origem humilde tenha determinado essa forma de atendimento, e a percepção das incontáveis dificuldades enfrentadas por mulheres em vulnerabilidade social me levou a idealizar e fundar, em 2001, a ONG Amigos do Peito.
Ao longo das últimas duas décadas, essa instituição tem prestado importantes serviços à população feminina, atuando na busca por um acesso mais digno à saúde mamária, com foco no rastreamento mamográfico de qualidade e no diagnóstico precoce do câncer de mama. Sei que, muitas vezes, salvar a vida de uma mulher significa salvar toda uma família do declínio social e econômico, pois ela é, invariavelmente, o pilar de sustentação do lar.
Quando olho para trás e revejo minha trajetória, duas palavras vêm à mente: coragem e gratidão. Enfrentei adversidades com coragem para chegar até aqui, e sigo no presente com a mesma determinação. A gratidão, por sua vez, é imensa. Todos os dias agradeço a Deus por ter escolhido a medicina, que me molda e me transforma continuamente.
Nestes 32 anos de carreira e três especializações (ginecologia/obstetrícia, mastologia e imaginologia mamária), a devoção à minha profissão sempre me guiou. Meu maior legado é o impacto que essa dedicação gera na vida de tantas mulheres. Mas sei que ainda posso fazer mais.
E é por isso que sigo lutando, com coragem e gratidão.