09/09/2025
17 anos separam estas fotos. Gosto muito da mais antiga porque ela carrega muito do que precisei viver e dos caminhos por onde andei. Assim que me formei em medicina, fui trabalhar no interior, onde praticávamos a medicina possível, e não a ideal: falta de acesso, carência de medicamentos, ausência de estrutura. Cheguei a atender dentro desta igreja, em algum lugar perdido no meio do sertão.
Hoje, muitos me veem no conforto da clínica, mas poucos conhecem as experiências que me trouxeram até aqui. Apesar de a medicina que pratico hoje ser oposta àquela em termos de tecnologia e estrutura, não se enganem: a humanidade é a mesma. Porque, no fim das contas, o que nos torna médicos de verdade é aquilo que Carl Gustav Jung já dizia — sermos apenas uma alma humana tocando outra alma humana.