17/12/2023
Seria possível que a síndrome da impostora fosse um outro conceito para autossabotagem? Ou seria outro nome para consequência da misoginia/machismo?
Não sou especialista na área da saúde mental comportamental, psicóloga, analista ou afins, mas decerto existem comportamentos que minam a autoconfiança da mulher nas mais diversas esferas, especialmente a trabalhista.
Atendo mulheres excepcionais esquivadas de valoração no ambiente de trabalho. Pessoas que fazem a diferença nas repartições, corporações, e ainda assim são subvalorizadas, seja com menores salários, seja com cargos aquém da formação acadêmica. Estão imersas no faz de conta: “é isso mesmo”, “já estou acostumada”, não consigo fazer o meu melhor”. Muitas vezes a dor também pode ser um justificativa para entrega dos resultados.
Elas estão com bandejas apostas, de cabeça baixa, esperando sempre a primeira palmada, como se merecessem estar naquele lugar.
Isso pode acontecer comumente, ocasionalmente, raramente. Pode ser evidente ou sorrateiro, quem sabe até disfarçado. Há quem diga que isso é conversa de “feminista”, pauta identitária “pra boi dormir”, como já escutei. Mas os dados estão aí: “o rendimento das mulheres representa, em média, 77,7% do rendimento dos homens (R$ 1.985 frente a R$ 2.555), conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) de 2019. A taxa de desocupação entre as mulheres é de 14,1%, enquanto a dos homens é 9,6%. São elas que dedicam mais tempo a trabalhos domésticos, num total de 21,4 horas semanais, enquanto os homens destinam 11 horas por semana para essas atividades.
Não é retórica feminista, pauta identitária, isso envolve saúde, qualidade de vida, e precisamos falar mais sobre isso!
Fonte dos dados: https://www.tst.jus.br/-/desigualdade-salarial-entre-homens-e-mulheres-evidencia-discriminação-de-gênero-no-mercado-de-trabalho.