21/01/2025
"Será que precisa ser assim?"
Essa foi a pergunta que o marido de uma paciente fez e que serviu como ponto de virada para ela buscar ajuda médica.
Ela vivia com oscilações severas de humor que abalavam profundamente seu relacionamento conjugal. Em ciclos quase previsíveis, alternava entre uma irritabilidade extrema e uma melancolia paralisante.
Durante uma conversa, essa paciente me contou que, por muito tempo, se questionou se algo estava errado. Sua mãe tinha diagnóstico de TAB e seu filho, de TEA. Mas, mesmo assim, ela atribuía o pavio curto à sua personalidade e a instabilidade emocional às variações comuns do ciclo menstrual.
Antes de me procurar, ela passou meses monitorando seu ciclo e registrando os sintomas. E, embora tenha percebido um padrão claro que se repetia a cada mês, ela acreditava que essa era apenas “a realidade de todas as mulheres”.
Até que o marido, em um momento de lucidez e cuidado, perguntou: “Você realmente precisa viver assim?” Essa pergunta ecoou. Afinal, para ela, viver dessa forma era o normal — mas não é.
Quando algo interfere no nosso dia a dia e impacta nossas relações, é essencial investigar.
No caso dessa paciente, o diagnóstico foi TDPM. Ela iniciou o tratamento medicamentoso e, algum tempo depois, me disse algo que ainda me marca: “Eu nunca imaginei que era possível passar pelo ciclo menstrual sem perceber que estava no ciclo menstrual.”
Espero que esse relato seja o pontapé que você precisa para também procurar ajuda🌹