29/05/2021
Melatonina:
No centro da nossa cabeça, bem no meio do cérebro, existe uma estrutura do tamanho de uma semente de laranja. É a glândula pineal, que o filósofo francês René Descartes (1596-1650) considerava a morada da alma, e os hindus, a sede de um dos chacras mais importantes do corpo. É ali, conforme a ciência desvendou depois, que se produz o hormônio da noite, a melatonina.
Fabricada pelo corpo, a melatonina não só regula o momento de dormir como participa da reparação das nossas células, expostas a estresse, poluição e outros elementos nocivos. “Ela é um antioxidante poderoso e combate os radicais livres que agridem o organismo”, conta José Cipolla Neto, professor do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo.
Em sincronia com o fim do dia e da luminosidade, ela passa a ser liberada a fim de preparar o organismo para o período noturno.
A melatonina também já é usada em outras frentes, como coadjuvante no controle de desordens neurológicas e psiquiátricas. Um exemplo são crianças autistas. “Com a substância, há melhoras na ansiedade e no comportamento”, nota a neuropediatra Eliete Chiconelli, da Universidade Federal de São Paulo.
Também está cada vez mais documentada a participação da melatonina no sistema imunológico. Ela não só ajuda a prevenir o aparecimento do câncer como há experiências com o uso dentro do próprio tratamento.
A lista de outros males que podem ganhar o reforço do composto não é pequena: vai de enxaqueca a Parkinson. Até a obesidade e suas consequências metabólicas estão na mira.
“Muitas pessoas acima do peso têm distúrbios do sono e alteração do ritmo circadiano, com um potencial prejuízo na liberação da melatonina”, justifica o cardiologista Luciano Drager, do Instituto do Coração (InCor), em São Paulo, que prepara um promissor estudo a respeito. “Nossa intenção é avaliar se, além de regular o ritmo do corpo, a melatonina traria benefícios como redução do peso e da pressão arterial”, adianta.
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