
23/07/2025
O trajeto pode se tornar mais leve quando você se perguntar por que está pedalando. E isso não é, necessariamente, sobre um passeio de bicicleta :)
Tem dias em que parece que estamos pedalando com força, mas sem sair do lugar. Ou, pior: até nos movemos, mas já nem lembramos mais o motivo da corrida.
Depois de tanto tempo seguindo no automático, buscando dar conta, produzir, corresponder, não parar… a gente pode acabar perdendo a direção. A vida vira esforço, sem presença. Movimento, sem sentido. E o cansaço deixa de ser só físico: se torna existencial.
A ACT nos convida a algo diferente: ao invés de apenas ajustar o ritmo ou investir em mais estratégias para “dar conta”, ela propõe uma pausa. Um espaço de respiração para que a gente possa se perguntar:
* Por que estou pedalando?
* Essa direção faz sentido para mim?
* O que e quem realmente importa nessa jornada?
Talvez você perceba que vem tentando se provar o tempo todo. Que sua pedalada não é pelo prazer de viver o caminho, mas por medo de não ser o bastante. E isso esgota.
Porque quando a motivação é a cobrança, a comparação ou a tentativa de fugir de sensações difíceis, o preço é alto: a gente se distancia de nós mesmos.
O movimento não precisa parar. Mas pode mudar de qualidade e direção.
Pode nascer da escolha, do valor, da consciência — não da pressão.
Viver com base no que é importante pra você, mesmo diante do desconforto, é o que torna o trajeto mais leve. Porque aí, mesmo quando o percurso é desafiador, ele tem sentido. E sentido é o que sustenta.
Não se trata de abandonar a bicicleta. Mas de escolher, com mais clareza, para onde ela está te levando — e por quê.
Com carinho,
Aline Domiquille
Psicóloga | ACT