
14/05/2025
Ser mãe sob o olhar da psicanálise
Ser mãe não é só uma função biológica ou social — é um lugar psíquico atravessado por angústias, desejos, falhas e reconstruções.
Winnicott nos lembra que não existe bebê sem um ambiente. Isso significa que, para o bebê existir, é preciso uma mãe suficientemente boa: não perfeita, mas possível. Uma mãe que acolhe, mas também frustra; que sustenta, mas também permite que o filho se diferencie.
Já Bion fala da importância da capacidade de rêverie: essa função materna de transformar o caos emocional do bebê em algo compreensível. A mãe, com seu olhar, traduz o choro, o desconforto, a fome, o medo. E, ao fazer isso, ajuda o bebê a construir um mundo interno habitável.
Mas quem acolhe a mãe?
Na clínica, muitas vezes escuto mulheres que se sentem sobrecarregadas pela idealização da maternidade. Como se houvesse um roteiro a seguir — e toda vez que ele falha, surge a culpa.
Sob o olhar da psicanálise, podemos dar lugar à verdade de cada maternidade. Um espaço onde a mãe real possa existir, com seus acertos e faltas, sem precisar se encaixar em fantasias inalcançáveis.
Você não precisa ser tudo. Só precisa ser possível.
Mariana Pradella
Psicóloga e Psicanalista
📍Consultório: Rua Vigário J. J. Rodrigues, 21 - sala 806 - Vila Arens - Jundiaí SP
Agendamento pelo link na Bio ou Whatsapp🤳(11) 94280-6665