28/08/2025
A Fábula do Hipopótamo Leal e o Jacaré Distraído
Na beira tranquila de um grande rio, onde as águas refletiam os sonhos e as dores dos animais que por ali passavam, vivia um hipopótamo bondoso chamado Tamú. Ele era forte, sereno, e carregava no peito um coração grande demais para ser entendido à primeira vista.
Tamú havia feito amizade com um jacaré esperto chamado Zakaré. Era uma amizade improvável — um era lento, pacato e profundo; o outro, ágil, superficial e sempre com pressa de partir para outro lugar.
Mesmo assim, Tamú ofereceu tudo o que podia: abrigo nas noites frias, escuta nos dias de tristeza, e até sua sombra larga nas horas em que o sol queimava sem piedade. Zakaré, no entanto, confundia essa bondade com obrigação, como se Tamú estivesse ali apenas para servir — sempre, e para sempre.
— “Se eu sumir hoje, ele estará ali amanhã”, pensava Zakaré, rindo com os peixes e distraído com as borboletas do pântano.
E então, um dia, Tamú parou de esperar: suas pegadas deixaram de marcar o barro onde Zakaré se deitava, sua sombra sumiu das margens, seu silêncio se tornou mais barulhento que qualquer grito.
Zakaré só percebeu a falta quando os outros animais, aqueles com quem ele tanto se distraía, começaram a ir embora um a um. Nenhum deles o conhecia de verdade como Tamú conhecia. Nenhum deles ficava quando ele estava mal-humorado ou inseguro. Nenhum deles oferecia presença — só companhia.
Arrependido, o jacaré procurou o amigo no velho tronco caído onde costumavam conversar, mas tudo o que encontrou foi o eco de suas próprias ausências.
No lugar onde Tamú costumava estar, havia apenas uma mensagem gravada na lama endurecida:
“Estive aqui.
Estive contigo.
Estive por nós.
Mas você escolheu não ver.”
Com o coração pesado, Zakaré entendeu: a verdadeira perda não é a ausência de alguém… é perceber tarde demais o valor de quem esteve inteiro por você.
🌱 Moral da fábula:
O tempo não espera, e o dinheiro não compra a saúde perdida.
A oportunidade que você joga fora pode ser a saúde plena que nunca mais encontrará de volta.
✍️ Texto e fábula por Salva-Terra Contos Monetários
Essa foi para quem já foi o Tamú de alguém… e aprendeu a nadar sozinho.
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