09/05/2025
Querida filha:
Por favor, leia essa carta com muita atenção...
Eu sinto muito por todas as vezes que não estive disponível verdadeiramente para você, pelas vezes que senti a maternidade como um peso.
Sinto pelas vezes que quis sumir, pelas vezes que não consegui te acolher.
Sinto pelas vezes que te olhei com raiva, pelas vezes que me descontrolei.
O que quero que saiba, filha, é que nada disso foi culpa sua. Minha infelicidade e frustração são problemas meus, embora muitas vezes eu tenha descontado exatamente em você, o que faz parecer que você seja a culpada por tudo isso.
Não é fácil ser mulher, ser mãe. Carregamos muitas dores, muita culpa. Sofremos muitas vezes sozinhas, caladas.
E eu sinto muito se nem sempre consegui ser a mãe que você precisava e merecia.
Às vezes é tão difícil cuidar de você. Me sinto tão desamparada e insegura. Às vezes é tão difícil acolher o seu choro, eu não aprendi a acolher o meu.
Enfim, querida filha... quero que saiba que dei o que pude, que fiz o que acreditei ser o melhor, aquilo que eu dei conta de fazer. Tem muita dor aqui e eu sei que de alguma forma, minhas feridas também te feriram.
Eu sinto muito por isso.
Espero que me entenda e que acolha em seu coração a mãe imperfeita que eu sou, aquilo que foi possível entregar.
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Se você é mãe, talvez tenha se identificado com cada palavra dessa carta. Mas quero te convidar agora a ler novamente e dessa vez, que se coloque no lugar de filha e leia como se sua mãe tivesse escrito essa carta a você. Te convido a enxerga-la desse lugar.
A enxergar a mulher machucada que carrega a mãe.
Não para que sinta pena dela, mas para que se liberte das exigências de que ela poderia ter feito diferente. Se ela pudesse, teria feito.
Acredite, nem todas as mães estão tão livres para amar, para cuidar.
Olhe para o essencial: ele não faltou.
Como você pode olhar para essa mulher e para si mesma a partir de agora?