
28/07/2025
Eu não sou a primeira a falar disso e provavelmente não peguei o auge do assunto da moda. Mas mesmo assim resolvi escrever alguma coisa.
Me deu vontade.
Um domingo, depois das 23h.
Nem sei se alguém irá ler ou quantas pessoas esta postagem vai alcançar.
Mas vou sustentar minha vontade de escrever mesmo assim.
Talvez eu esteja inspirada depois da noite de arte, ou só precise despejar para fora um pouco de estímulo.
Antes do morango ser do amor, já era amor em minha vida. Sempre foi minha fruta preferida, desde a infância - que o dicionário na realidade nomeia como infrutescência carnosa, já que não é um fruto verdadeiro.
Essa informação também marcou minha infância, nunca mais esqueci.
O morango também deixou seus afetos, com direito a um pezinho no jardim da minha tia, que minha avó paterna cuidava para mim.
Aquele morango com certeza era do amor, pois me nutria não só com seu sabor único, livre de agrotóxicos, mas de muito cuidado também.
E agora, já deitada na cama, fico pensando no que esse morango do amor dos dias de hoje convoca em cada um.
Em qual lembrança toca. Que dor alcança.
O que o faz se tornar um objeto de desejo de tantos? E ainda assim significar um morango diferente para cada um?
Porque desejo é isso: singular.
E isso ainda me faz pensar na impossibilidade da pulsão se satisfazer, de sempre variar quanto ao objeto.
Hoje, morango do amor. Amanhã pode ser a uva, o maracujá, o abacate. Vai saber...
Toda trend, toda moda, todo assunto do momento é como a pulsão: dura apenas o suficiente para mostrar que nada é capaz de satisfazer totalmente a nossa busca.
Não há objeto que caiba no tamanho da falta que nos constitui.
O que dá para fazer é borda, fazer o possível com aquilo que há agora.
Porque logo já teremos que nos reinventar.
Provavelmente vou querer experimentar o tal morango, mesmo sabendo que não será mais o meu morango do amor🍓, aquele do jardim da minha infância.
Mas esse é o possível para hoje. E que bom que ele pode me despertar essa lembrança.