Bianca Bertini Serrano - Psicóloga Clínica

09/05/2025

Desde Julho/2024 estava "namorando" este projeto e hoje, finalmente consegui colocar em prática!

Livros no Tatame é um projeto social criado e coordenado pela querida psicanalista . Trata-se da possibilidade de juntar psicanálise e literatura e, a partir deste encontro, propiciar que crianças e adolescentes possam reviver, recontar, falar sobre a sua própria história.


Neste sentido, o setting é o tatame! A leitura e a roda de conversa proporcionam a escuta das demandas atuais.

A história de hoje nos fez refletir sobre amizade, empatia, saudades, aprendizados.

Foi uma experiência incrível! Ainda reverberando em mim...

Que venham mais Tatames!

29/01/2025

Quase tudo na vida tem explicação. Nem sempre são as mais racionais ou as que gostaríamos de ouvir, mas a explicação está lá.

Quando falamos de falhas, erros, logo a gente quer achar uma justif**ativa, se sair bem, f**ar menos "mal na fita".

Mas no ofício de analista, as falhas não devem ser deixadas de lado, passar despercebidas, serem ignoradas. Precisam ser olhadas, pensadas, analisadas. É material para o nosso trabalho!

Assim, sigo no exercício de olhar para o meu trabalho com honestidade, buscando entender a sua dinâmica e complexidade. Tarefa exigente e necessária!

Que bom que posso contar com espaços e profissionais que me auxiliam neste percurso. Por hoje, deixo meu agradecimento para .

E que venham novos aprendizados! 🙏🏻

Bianca Bertini Serrano
Psicóloga - CRP 06/70648

14/01/2025

Neste final de semana assisti a estes 3 filmes. Todos excelentes! O trio traz como temática central a mulher.

Fiquei emocionada com o Batalhão 6888. Mas há momentos no filme que também afloram a raiva e a indignação. Neste filme.as mulheres são sub julgadas, em especial, a mulher negra. Sofrem humilhação, desrespeito, descrédito. Mas juntas, cada uma com a sua história e com o seu objetivo em compor o Batalhão, conseguem provar a que vieram, com toda a sua potência.

A Virgem Vermelha conta a história de uma mulher muito a frente do seu tempo, que falava sobre a sexualidade feminina, sobre ab**to, sobre independência, faz uma severa crítica ao patriarcado. De pano de fundo, retrata a relação entre mãe e filha, relação esta baseada em poder e aprisionamento, um paradoxo, considerando a temática central do filme. Muito interessante. Me fez lembrar do livro da querida , Histórias de Captura.

Por fim, A Substância, um filme que já foi bastante comentado. A crítica é sobre a cobrança exercida sobre a mulher, de ter que estar/ser sempre linda, jovem, atraente, sexy. Quando estes atributos se esvaem com o tempo, é como se a mulher não merecesse mais respeito e atenção, simplesmente f**a à margem. Será que vale a pena esta busca incessante pela jovialidade? Será que só existimos se atendermos a um padrão? O filme traz importantes reflexões a respeito.

Não foi coincidência eu ter escolhido filmes cuja temática fosse em torno da mulher, do seu papel na sociedade, das suas necessidades, buscas, conflitos e conquistas.

Infelizmente ainda temos muito a desbravar, considerando que fazemos parte de um ambiente que por vezes nos desfavorece, nos impede de sermos o que podemos e queremos ser, nos limita.

Houve muita conquista, mas ainda há muito caminho a ser percorrido, sem que haja chacotas, comparações infundadas, descrença, desrespeito.

Precisamos de equidade!

Se tiver um tempinho, vale a pena assistir! 😉

Bianca Bertini Serrano
Psicóloga - CRP 06/70648

09/01/2025

Bom dia! Agenda 2025 aberta!
Sou especialista em Teoria Psicanalítica, com base na teoria Winnicottiana.
Sou formada há 23 anos. Por 20 anos atuei com o desenvolvimento de pessoas e há 7 anos me dedico à área clínica.
Acredito que a psicoterapia é uma possibilidade de revisitar algumas áreas de nossas vidas, buscando sentido e compreensão.
Se você tem interesse em passar por esta jornada, será um prazer compartilhar este momento com você.

05/01/2025

Que livro necessário e impactante! Arnnie Ernaux nos traz um relato pessoal, ocorrido na década de 60. Ela faz um ab**to, que denomina "o acontecimento".

O que me chamou a atenção foi que os sentimentos vividos, a forma como foi vista, julgada, a solidão e sofrimento ocorridos há mais de 60 anos, não difere muito do que ocorre ainda nos dias atuais, em pleno século XXI.

A mulher, seu corpo e seus desejos ainda aparecem como coadjuvantes diante de uma sociedade machista e patriarcal. Não é incomum ouvirmos falas como: "lugar de mulher é na cozinha"; "ué, não quis ter filho, agora aguente"; " não se vista assim"; " vc tem que ser mãe" e por aí vai...

Quando será possível que a mulher possa viver na sua completude, sem achar que está sendo inadequada ou julgada? Sem que seja rotulada - essa é para casar, já essa é para zuar? Sem que seja exigida- se case, tenho filhos.

Por que não ouvimos com a mesma frequência: "vai lá, seja o que quiser ser, vá atrás dos seus sonhos, eu estou aqui para te apoiar".

Quando se fala então na mulher que não quer ter filhos e que por algum motivo opta pelo ab**to, ai o negócio f**a mais complicado! "Por que não pensou antes? ; " por que não fechou as pernas"? Revoltante ouvir estas coisas...

Nunca ouvi ninguém falar para um homem que TB teve a experiência de ter um filho indesejado e dizerem pra ele: "por que não se preveniu? ; "por que não fechou o zíper?" Pelo contrário, ele some do mapa e está tudo bem. A mulher que se vire para dar conta da sua maternidade.

Acredito na liberdade de escolha e o quanto isto é relevante na vida da mulher, em especial, na situação que o livro aborda.

Há quem seja contra, há quem seja a favor, mas não podemos deixar de pensar no contexto geral, no social, no emocional, nas questões políticas envolvidas.

Sonho com o tempo em que qualquer mulher, independente de sua raça, credo ou classe social, possa fazer as suas escolhas sem nenhum julgamento, questionamento, apenas com a certeza de que está fazendo o melhor para si.

Bianca Bertini Serrano
Psicóloga / CRP 06-70648

**tolegal

15/10/2024

Essa é a educação que eu acredito! Que possibilite ao indivíduo encontrar os seus caminhos, buscar suas identidades, refletir sobre o que realmente importa.

Uma educação que seja motivadora e desafiadora e não que coloque as pessoas em caixinhas ou que sejam moldadas para submeter ou atender as necessidades do outro.

Para que tenhamos uma educação com propósito temos que ter também o amor nesta equação. Amor como sinônimo de respeito, de verdadeira preocupação com o outro, de prazer naquilo que se propõe a fazer.

Assim sendo, meu respeito e admiração pelos professores imbuídos desta responsabilidade.

Que possam ser valorizados e respeitados, que possam ser escutados em suas necessidades, para que, em comunidade, possamos ter uma escola e uma educação, que acolham as diferenças, promovam as inclusões, possibilitando o desenvolvimento de forma igualitária.

Feliz Dia dos Professores!

27/08/2024

Escolhi que queria ser psicóloga no ano de 1995, quando estava no quarto ano do curso de magistério. Uma jovem cheia de esperança...

Tive uma professora da disciplina de psicologia para futuros professores que me inspirou muito! Eu tinha muitas perguntas e poucas respostas, mas em suas aulas, uma "luzinha" foi acendendo.

E assim segui, fiz a faculdade de psicologia, atuei em Recursos Humanos, agora atuo na clínica, estudo psicanálise e ainda busco novas possibilidades!

E é assim que entendo que a psicologia, a terapia, a análise pode ajudar o sujeito, a achar novas possibilidades, a escutar a si mesmo e responder ou minimamente entender as suas inquietações.

Proporciona ter esperança de novos dias, novas possibilidades, novas oportunidades, mesmo diante das adversidades.

A profissão nos exige muito: interesse pelo outro, dedicação, ética, paciência. Envolve amor, esperança e descobertas. É uma via de mão dupla, onde tanto o psicólogo como o paciente podem aprender e se desenvolver.

Parabéns a todos os meus colegas de profissão, que dedicam boa parte do seu tempo em ouvir o outro, chorar com o outro, sorrir com o outro, enfim, viver com o outro.

Viva! ❤️

27/07/2024

Ouvir e ver Celine Dion cantando no encerramento das Olimpíadas de Paris foi simplesmente emocionante!

Quem assistiu o documentário sobre ela, contando sobre a sua luta contra a síndrome da pessoa rígida ( SPR), saberá do que estou falando...

Su luta é diária, assim como a sua determinação e desejo de voltar a cantar no seu melhor nível.

No documentário vemos uma Celine mais vulnerável, consciente de sua situação, mas uma mulher com muita sede de vida. Isso é impressionante!!!

Tem um momento em que ela é acometida por uma crise (e ela não quis que fosse cortada do documentário). É uma cena angustiante, pois constatamos a sua impotência diante da doença... Porém, ao se recuperar, acompanhada de ajuda profissional, ela se acalma e pede que seu fisioterapeuta coloque uma última música.

Assim ele faz e ela começa a cantar, suave, demonstrando ali que a sua vontade de continuar é maior!

Como dizia Winnicott "eu quero estar vivo na hora da minha morte".

Viva Celine!

27/07/2024

24/07/2024

A análise da analista

Outro dia minha filha me perguntou o que eu falava na minha terapia. Eu respondi prontamente: "falo da vida"! E ela, prontamente também me respondeu: "ah, mas outro dia você falou de mim"! (perrengues da análise online em casa com a cria!)

Pois é, na análise falo da minha vida, da vida da minha filha, da vida do meu marido, da vida da minha família, da vida dos meus amigos, enfim, falo de relações, de convívio, de medos, angústias, raivas, tristezas e também alegrias.

É na análise que posso, sem filtro, passar por todos estes sentimentos, posso me ouvir, posso chorar e até gargalhar. 

É na análise que busco o encontro comigo mesma!

E lá no fundo, eu busco entender o que se passa de mais íntimo, buscando separar o que é meu, o que é da minha filha, o que é do meu marido, o que é da minha família, o que são dos meus amigos e o que se refere também aos meus pacientes.

Tenho uma frase que carrego comigo, de uma música do Caetano Veloso, que é a seguinte: " cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é."

Assim é a análise também da analista, com seus altos e baixos, dores e sabores.

Mais um texto/reflexão a convite da , para que possamos exercitar a nossa escrita.

29/05/2024

Encontro no barulho: será possível esta junção?

Penso que sim... Ou melhor, tenho certeza que sim!

Ela chega, com voz suave, olhar atento mas não direto, com vontade, muita vontade de falar, de se ouvir.

Eu ali, atenta ao seu jeito, à sua fala, às suas conjecturas...

Lá fora carros passando, cachorro latindo, alguém lavando o quintal, mas por incrível que pareça, este barulho externo não ecoa, não me absorve, não me incomoda.

Já o barulho interno, que sinto estar presente nela e que chega em mim, me faz me agitar na cadeira, ir mais pra frente, na tentativa de estar mais perto da tela (ou dela).

Tento não perder nada, fico fazendo analogias em minha cabeça, penso em algumas hipóteses, mas aquele barulho interno continua.

Acaba a sessão mas o barulho não! Fico a pensar, ainda sentindo no corpo, as impressões de uma sessão de 50 min, mas que pareceram horas.

Respiro, reflito, anoto. Busco calma... Mas o barulho ainda ressoa...

Nesta semana o nosso brincar com a escrita tem como tema o barulho. Pensei no barulho, que mesmo sendo estrondoso, confuso, pode também ser gerador do encontro.

Obrigada por mais este brincar!

21/05/2024

O dia começa com a frase "minha cabeça está doendo". Encosto minha mão em sua testa e a constatação de que a temperatura estava acima da média. O termômetro confirma com o seu apito agudo.

Nos ajeitamos na cama, na posição de conchinha, na esperança de que a febre baixe e a dor passe. Conseguimos dormir mais um pouco, mas a quentura pele a pele denuncia que algo realmente não está bem.

Mãos à obra! Melhor ir logo ao hospital e buscar respostas para estes incômodos.

Pouca energia, choro, manha, me convoca a ajudar a vestir e se pentear, tarefas estas já dominadas com louvor! Faz parte... busca a atenção da mamãe como tentativa de amenizar os sintomas.

Exame aqui, exame ali, explicação a, b e c. Saímos do hospital em melhores condições, mas com a recomendação de repouso por 3 dias. Num primeiro momento alegria, pois irá se ausentar da escola, mas pouco tempo depois, sintomas voltam, e o incômodo, a dor, o choro se fazem mais uma vez presentes.

Seguimos a tarde, mede a febre, dá remédio, tira soneca acorda, reclama de dor, quer mãe e pai por perto. Mamãe ainda precisa encerrar seu expediente... O faz, mas como se diz: "com um olho no gato e o outro no rato". Foi o que foi possível...

A noite chega, aparência melhor, quer comer torrada com Nutella ( nem doente dispensa a Nutella!), ainda se queixa um pouco de dor de cabeça, mas está tentando reagir.

Após 15h de um dia atípico, estamos aqui coladinhas no sofá. Ela espia o que estou fazendo e pergunta: " está escrevendo sobre mim?" Digo que sim, sobre o nosso dia ! E ela complementa: "deixa eu ler depois?" Respondo: "claro, filha!"

Que tenhamos uma noite mais calma, que possamos repousar nossos corpos e mentes, na esperança de que amanhã tenhamos menos incômodos, menos dores e mais vivacidade.

Convite da querida , para que possamos exercitar a nossa escrita! ❤️