
17/09/2025
A separação dos pais não é apenas o fim de uma relação; é a transformação de um espaço de convivência que, por muito tempo, funcionou como referência de segurança, rotina e identidade para as crianças.
Quando os adultos decidem seguir caminhos separados, as crianças não apenas perdem a presença contínua de uma figura parental em casa, mas também se veem diante de mudanças nas rotinas, nos lugares que frequentam, nas redes de apoio e, muitas vezes, na imagem que tinham de si mesmas dentro da família.
O impacto nos filhos costuma se manifestar em várias camadas. Em termos emocionais, é comum surgir um turbilhão: tristeza, raiva, culpa e ansiedade são respostas naturais à perda de previsibilidade e à incerteza sobre o futuro. Essas emoções podem se traduzir em comportamentos perceptíveis, como irritabilidade, retraimento, queda de desempenho escolar ou resistência em confiar novamente.
No entanto, a intensidade e a duração dessas respostas variam amplamente, dependendo de fatores como a idade da criança, a qualidade da relação com cada genitor após a separação, o clima de cooperação entre os adultos e a presença de redes de apoio estáveis (avós, familiares, amigos, professores, terapeutas).
Além disso, a percepção de que um dos pais “escolheu” a separação pode gerar sentimentos de culpa ou de abandono, que precisam ser reconhecidos e acolhidos com sensibilidade pelos adultos e, quando possível, através de terapia.