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Psicóloga Renata Maciel

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Psicóloga Renata Maciel

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Psicóloga Clínica/Psicanálise

Palestrante

Capacitadora de equipes técnicas para o trabalho com Grupos Reflexivos e Responsabilizantes para os homens autores de violência doméstica.

06/11/2024

Hoje me despedi do CAPS Infantil e da Prefeitura de Cambé, após 7 anos de um trabalho que me transformou profundamente.
Foi um tempo de muito aprendizado, quanto cresci como profissional e infinitamente mais como pessoa. 🌼
Aprendi a respeitar o tempo. Em alguns momentos foi o das famílias, outro dos pacientes, da equipe e , sempre, o meu.
As crianças me ensinaram a aguardar as mudanças, a testemunhar que o caminho pode ser divertido. Foram mil brincadeiras, jogos de tabuleiros, Dia do Molhado e tanta estripulias acompanhados por sorrisos, olhos brilhantes...Floresci com eles. Não tenho palavras...❤️
Os adolescentes, uns danados, me ensinaram sobre força, esperança. Como os admiro, quantas histórias guardo no meu coração.
A vida que vi neles reavivou a minha.
Cresci muito ouvindo as famílias, acolhendo os anseios, cuidando com a tentação de perfeição e cura, quando isso signif**ava "fabricar outra criança ".
Agradeço o carinho que recebi de vocês, abraços apertados, lembrancinhas, e palavras que nunca conseguirei retribuir de tão preciosas.
Vivi muitos desafios, inseguranças e, em alguns momentos, tristezas, medo de perder meus pacientes...Mas aí, lembrei o que cabia a mim, fazer apostas na vida e sustentar a verdade de que ela não me pertence. Respirei.
E claro tem a equipe do Capsi, que trago em meu coração, que me acolheu, orientou, compartilhou e amou. Sentirei muitas, muitas saudades de tudo.
A vida é assim, coisa grandiosa, e pede da gente travessia. Estou fazendo a minha com a certeza de que enquanto estive aí, fiz do meu trabalho uma forma de amor.
Um abraço Capsi, jamais esquecerei.💐
Não consigo expressar o que sinto...que fique as sementes lancadas com amor.

Olá CAPS III Londrina. 🥰

29/10/2024

É com muito carinho que convidamos aos interessados em conhecer melhor a psicanálise e os trabalhos realizados em Cartel, para a XI Jornada de Cartéis do Grupo Psicanálise aos Domingos, no dia 29/11/24, das 9h00 às no 18h00 no Cedro Hotel.

Este grupo de estudos se propõe a sustentar as questões de seus membros, sem as quais não há avanços e tão pouco transmissão da psicanálise.
O estudo aqui se faz por meio da implicação, do artesanato feito no tempo. Sobre isso Domique Firgemann diz:

"O cartel começa com um incômodo, um não saber que atormenta, um sintoma, que pela graça da aposta se transforma em questão. O não sabido não é inefável, ele pode se formular, e fazer questão. A questão
formulada por cada um no grupo chamado cartel tem conseqüências: ela expõe e compromete quem a formulou e assina o seu engajamento de
uma produção, de uma elaboração de saber digna da psicanálise perante
a comunidade analítica."

Esta modalidade de estudo foi proposta por Lacan, como uma forma de manter a transmissão da psicanálise em um grupo composto por até 4 pessoas e o Mais um. Não há uma hierarquia no grupo e sim, uma pessoa que tem a função de manter o trabalho em andamento, sem ousar dar respostas.

Um desafio muito bonito poder escutar o processo dos Cartéis e fazer um laço com os nossos.

Um abraço!

28/10/2024

Começando a semana com um pouco de literatura. Ela tem a capacidade de nos movimentar.📖

" Sim, com certeza as preciosidades que se exibiam nos altares da igreja e nas prateleiras das lojas tinham nomes. Puseram-se a discutir a questão intrigada. Como podiam os homens guardar tantas palavras? Era impossível, ninguém conservaria tão grande soma de conhecimentos. Livres dos nomes, as coisas f**avam distantes e misteriosas."

(Graciliano Ramos- Livro Vidas Secas)

Necessitamos nomear as coisas, os acontecimentos da vida, nossos sentimentos, na tentativa de acharmos um lugar em que a gente caiba. Contudo, existem coisas, acontecimentos e sentimentos que são inominaveis, nos escapam, deixando somente o rastro.
Rastro que podemos seguir, na busca de nos aproximarmos daquilo que nos habita e move.
Análise. Psicanálise. ❤️

Renata Maciel

24/10/2024

Pra pensar um pouco no valor que existe no investimento que fazemos na nossa história, no tempo que isso nos pede, na necessidade exigente de estarmos presentes em nossas decisões.
O quanto os momentos de pausa e questionamento são solo fértil para a vida interior e, consequentemente, exterior.
Assim como a terra precisa de tempo para ser arada, semeada e regada para florescer, nós também precisamos.
O risco é vivermos inebriados pelos "resultados ", emprestando fórmulas de bem-viver, ignorando os tempos interiores, que nos dizem a verdade sobre nossas estações.
Não há florescimento sem travessias de recolhimentos, silêncios, superações.
Para florescer é preciso permanência. 🌼

Um abraço!

Renata Maciel

14/09/2024

No emaranhado de ser quem somos, cabem muitos sentimentos, sensações, humores, não nos enganemos com a ditadura da felicidade.
A vida é abundante e também mostra sua escassez, quem está vivo sabe dos encontros que teve com isso.
Rir é muito bom, contudo, chorar também se faz necessário, porque nos comunica algo que é uma verdade, que sai por meio das palavras líquidas.
Sigamos entre risos e lágrimas, dentro da gente cabem as duas coisas.

Um abraço!🌼

Renata Maciel

09/09/2024

Um pouco da poesia de Cecília Meirelles para nos lembrar que não temos um caminho marcado, podemos recalcular a rota da vida.
Que não nos falte coragem e delicadezas.💐

"Não faças de ti
Um sonho a se realizar.
Vai. Sem caminho marcado.
Tu é o de todos os caminhos.
Sê apenas uma presença.
Invisível presença silenciosa.
Todas as coisas esperam a luz,
sem dizerem que a esperam.
Sem saberem que existe.
Todas as coisas esperarão por ti,
Sem te falarem.
Sem lhes falares. "

Cecília Meireles 🌼

Boa semana!

05/09/2024

Neste mês da campanha do Setembro Amarelo, acho fundamental pensarmos sobre a expressão do sofrimento.
O nosso corpo é o lugar no qual muitos sofrimentos psíquicos se manifestam, uma dor de cabeça insuportável, uma alergia sem explicação aparente, taquicardia, o cansaço sem fim e infinitas manifestações que comunicam algo além do orgânico.
Conseguimos, com base na nossa experiência pessoal, identif**armos quando alguém está feliz, triste, ansioso, já que fazemos parte de uma cultura e aprendemos a ler a linguagem não-verbal.
A questão é que nem sempre, muitas vezes, o que está nos pensamentos, intenções e humor, não está na cara e corremos o risco de silenciar o sofrimento do outro.
Nestes anos de experiência de atendimento clínico e no Capsi, acolhi muitos pacientes que pareciam estar muito bem , tranquilos e funcionais, entretanto, carregavam grande angústia, que apareciam por meio de pequenos sinais.
A verdade é que não dá pra saber o que alguém sente, somente em olhar pra ela, é preciso escutar e ler alguns sinais. Somente assim é possível saber mais da proporção do que está acontecendo.
Escutar é um exercício no qual abrimos espaço para que outro fale o que quer, no tempo que pode, do jeito que sabe, isto é, seja quem ele é. Um grande desafio em tempos de tantos barulhos.
Este exercício dá trabalho, porque andamos muito acelerados e ocupados com os tutoriais de como sermos felizes.
Que possamos acolher quem precisa falar, a começar por nós mesmo, que também carregamos nossos sofrimentos.
Isso que parece tão clichê, escutar, é o que faz toda a diferença em momentos cruciais.
Escutar não é resolver pelo outro, medir o nosso sofrimento com o dele e tão pouco ter a ousadia de resolver aquela história, é simplesmente dirigir a atenção ao que está sendo dito, de forma que se abra um caminho.
Há saídas em vida, encontradas por meio de um processo que se faz aos poucos.
Quem vê cara vê muito pouco. A escuta é o lugar das possibilidades.
Sigamos por aí.

Onde buscar ajuda?

Centro de Valorização da Vida- Ligue 188
Unidade Básica de Saúde
Centro de Atenção Psicossocial- Capsi
Clínicas Escolas
Atendimento psicológico.

29/04/2024

Esse bilhete veio com esse lindo buquê de rosas, feitos por uma paciente que recebeu alta melhorada do Capsi, após anos de tratamento.

É uma alegria imensa poder testemunhar a melhora de um quadro agudo de sofrimento e receber tanto carinho pelo trabalho desenvolvido por nós duas. Sempre me emociono e fico sem palavras...
Entretanto, é preciso estar ciente que tudo isso é fruto de um processo, que pode ser tudo, menos linear.

No caminho de um tratamento em saúde mental nos deparamos com muitos arranjos, que funcionam para a manutenção do adoecimento. Nossa, como assim?

Sim, adoecemos por alguma razão, geralmente profunda, como forma de lidar com o que nos visita, no entanto não tem lugar em nós. O adoecimento é uma forma de palavra, de estar no mundo, ainda bem que não é a única.

Ele responde a complexidade do mundo interior e exterior, um encontro entre afetos, pensamentos, sentimentos, família, escola, sociedade e por aí vai.

O tratamento em saúde mental é composto por momentos de avanços, alternados com recuos. De conseguir expressar o que sente e pensa, alternados por silêncios. De meses de presenças em grupos terapêuticos, com momentos de faltas e a necessidade de intervenção para o retorno.

O que quero dizer é que apesar de ter um embasamento teórico da psicologia do desenvolvimento, Sistema Único de Saúde, Psicopatologia, Psicanálise e o que o campo teórico exigir, ,sempre preciso me questionar o que estou fazendo. Lembrar da delicadeza que é existir e que preciso ora avançar, ora recuar, mas sempre fazendo apostas na vida que pulsa ali.

Mais uma vez, o trabalho é feito em conjunto, entre mim e o paciente. Encontro com o que eu aposto nele e ele aposta em mim. Não há outro caminho.

Quando eu leio:
- Te admiro muito.
Obrigada por tudo.
Nem sei o que dizer, f**a em mim algo da vida, que não tem palavra, contudo me impulsiona. A este lindo bilhete respondo:

- Também te admiro. Vá viver, que é o de mais urgente que podemos fazer.🌼

Sigo aprendendo, sabendo que o tropeço faz parte do caminho, mas não o define.

Capsi.

mental # Psicanálise

03/04/2024

Comprei umas xícaras de café bem bonitas, que já vinha paquerando há algum tempo. Aproveitei e trouxe uns enfeites pra mesa, pra alegrar o ambiente.Gosto de cafés e de mesa posta. Guardei tudo, esperando o dia de um café especial.

Me chamaram pra um show do artista que gosto. Só de pensar em ouvir aquelas letras bonitas, sorri com o canto da boca. Estava muito cansada com as correrias da semana, resolvi deixar pra depois. Quem sabe quando estiver mais descansada.

Passei em frente a uma academia e vi um pessoal dançando Zumba. Povo animado! Lembrei que dancei a vida inteira, que me divertia muito aprendendo os passos. Ah, que vontade de voltar a contar 5, 6, 7 e 8. Sei lá...estou enferrujada, perdi o ritmo, a beleza dos passos. É melhor deixar pra lá.

Cismei que faria algo novo este ano. Como dizem: " Ano Novo, vida nova". Revolução. Procurei alguns cursos de idiomas, gastronomia, artes , tanta coisa...Fui tentando achar jeito pra me enxergar em meio a isso tudo, acabei me sentindo muito despreparada. Deixa eu me organizar melhor, f**ar mais pronta, que aí eu começo. Adiei.

Guardei.

E assim guardei o que eu tinha de vida por medo do que não sabia dela. Até que resolvi desembrulhar as xícaras, colocar a mesa, beber meu café com jeito de novidade, já que o novo se faz a cada dia. Comecei.

Tropecei nos passos de dança, ri do meu descompasso, ousei novos laços, sabendo que uma vida guardada é uma maneira de proteção, que acanha os passos com fantasias de resolução.

Ainda guardo muita coisa. Vivo entre guardados e achados. A gente é assim, põe um pouquinho do velho no novo. O que mais me encanta é saber que desembrulhar também é um jeito de viver e que posso fazer isso sem estar pronta. Afinal, quem está?

Guardei. Desembrulhei. Vivi.

# psicanálise # psicologia

20/03/2024

Olha que coisa linda dita por José Saramago!
Comunicamos quem somos de muitas maneiras: palavras, gestos , silêncios e tudo mais que nos habita e constitui.

" Um dia escrevi que tudo é autobiografia, que a vida de cada um de nós a estamos contando em tudo quanto fazemos e dizemos, nos gestos, na maneira como nos sentamos, como andamos e olhamos, como viramos a cabeça ou apanhamos um objeto no chão. Queria eu dizer então que, vivendo rodeados de sinais, nós próprios somos um sistema de sinais.

Boa quarta-feira!🌼

# psicanálise

07/03/2024

Quando uma criança chega para um atendimento psicológico, ela carrega muitas coisas: as histórias de seus pais, a fase de desenvolvimento infantil na qual se encontra, um adoecimento psíquico ou sofrimento, as nuances do ambiente familiar atualizafas na carne, as expectativas de cura. E isso faz parte desse processo de atendimento que começa cheio de bagagens.

Como pôde-se perceber uma criança é um universo bem vasto, com um emaranhado de fios, que por alguma razão deram um nó. E esse nó precisa de tempo para ser afrouxado ou desfeito.

O adoecimento psicológico é um processo que responde aos muitos fatores que indiquei a pouco. Não sabemos ao certo quando uma palavra toma destaque no psiquismo e torna uma criança muito preocupada, ansiosa, insegura. Ou o dia exato em que ela começou a entristecer. Ou até mesmo por que está tão agitada.

Ressalto que eventos traumáticos geram marcas no tempo que nos ajudam a identif**ar um marco no sofrimento, contudo, ainda assim, este marco não contém toda a causa.

Mas então não dá pra saber de nada? 🤔
Dá sim, mas não tem prazo de garantia.

Primeiro o vínculo afetivo com o psicológo precisa ir sendo construído. Isso pode ocorrer na primeira, na décima sessão, ou talvez nunca.

Tenho experiência de crianças que já chegaram ao atendimento entendo que aquele era um espaço de fala e que podiam me dizer tudo. Já outras levaram mais tempo, às vezes, meses. Cabe a mim aguardar o tempo delas, porque sem isso não há como mexer com os nós.

Da minha parte devo estar atenta aos detalhes dos gestos, do brincar, das expressões, das inquietações, tudo isso é palavra. Da parte delas cabe me observar, verif**ar se não conto mesmo pros pais, se não vou dar bronca, se tenho pressa. Até que em um momento a gente se encontre e comece a puxar os fios.

Fala de uma criança após uma melhora na escola:

-Você é uma fada? É só eu vir aqui que melhoro.
-Se sou uma fada é você quem tem os poderes, fizemos tudo juntas.

É preciso suportar as demoras do tempo.Jamais nos esqueçamos que as crianças carregam muitas coisas. É preciso esperar!

Renata Maciel

28/02/2024

Quero dar trégua as minhas valentias.
Descansar um pouco as coragens.
Sentir mais o frescor das manhãs e o cheiro de casa com aroma de café.
Poder rir dos meus tropeços, da minha falta de jeito na vida.
Infinitamente mais ser, que fazer, ainda que eu seja dada a grandes lidas.
Encontrar um lugar em mim que haja trégua.
Desafio.
Descanso.

Inspirado no Livro Escute as Feras de Nastassja Martin. Pra quem não leu, recomendo muita a leitura, um encontro com a fera que há em nós.

# psicologia

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