30/05/2025
E para tratamento da marcha, existem evidências para seu uso?
🎯 Objetivo da Revisão
Avaliar os efeitos da imagética motora (motor imagery – MI) na reabilitação da marcha em pessoas que sofreram AVC, comparando essa intervenção com outras terapias, placebo ou nenhuma intervenção.
📕 Metodologia
• 21 estudos randomizados controlados foram incluídos (n=762 participantes), variando de fase aguda a crônica do AVC.
• Comparações: MI isolada ou combinada com observação de ação e/ou prática física versus outras terapias.
• Principais desfechos: velocidade da marcha, dependência de assistência pessoal, endurance da marcha, função motora, mobilidade funcional e eventos adversos.
🔍 Resultados Principais
• Velocidade da marcha: houve melhora discreta com MI (SMD = 0,44; IC 95%: 0,06 a 0,81), mas com certeza muito baixa da evidência.
• Função motora: diferença pequena e estatisticamente não significativa (MD = 2,24; IC 95%: -1,20 a 5,69).
• Mobilidade funcional: sem diferença relevante (SMD = 0,55; IC 95%: -0,45 a 1,56).
• Endurance da marcha e dependência para caminhar: dados insuficientes para análise robusta.
• Eventos adversos: nenhum relatado, sugerindo que a MI é segura.
✅ Conclusões dos Autores
• A imagética motora pode melhorar levemente a velocidade da marcha no curto prazo, mas os resultados são inconclusivos e pouco confiáveis.
• Não há evidências suficientes para afirmar que MI melhora função motora, mobilidade ou autonomia após o AVC.
• São necessários ensaios clínicos com melhor qualidade metodológica, maiores amostras e acompanhamento de longo prazo para confirmar qualquer benefício da MI na reabilitação da marcha.
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Implicações Clínicas
• Embora promissora, a MI ainda não pode ser recomendada como intervenção principal ou isolada na reabilitação da marcha pós-AVC.
• Pode ser considerada como complemento terapêutico, principalmente por sua natureza segura e acessível, mas com cautela diante das limitações da evidência atual.