
12/08/2025
Nem sempre a relação entre mãe e filha nasce envolta em ternura. Há histórias em que o afeto parece difícil, as palavras se tornam farpas e o convívio, um campo de provas. Mas na visão espiritual, nada disso é por acaso.
Os laços de sangue são, antes de tudo, laços de alma. E muitas vezes, almas que se unem nesta vida como mãe e filha trazem marcas profundas de outras existências. Nem todos os filhos foram nossos amigos em vidas passadas: talvez essa seja a última oportunidade de corrigir esse carma.
Pode ser que, em um passado distante, tenham sido adversárias, ou tenham causado uma à outra dores difíceis de superar. E é por isso que retornam agora, sob o mesmo teto, sob o mesmo sangue, para aprender a amar onde antes houve conflito.
A vida oferece novas oportunidades de cura. A maternidade, por mais desafiadora que seja, é um convite à redenção, tanto para quem dá a vida quanto para quem a recebe. E toda filha difícil pode ser um espírito que implora, silenciosamente, por compreensão. Toda mãe rígida pode ser alguém que, um dia, implorou por perdão.
Quando o amor parece ausente, o perdão é o primeiro passo. Quando o diálogo falha, o silêncio orante pode abrir caminhos invisíveis. Não se trata de aceitar abusos, mas de compreender que por trás das dores do presente pode estar o eco de um passado que ainda precisa ser iluminado.
A reconciliação entre mãe e filha pode ser uma das tarefas mais sagradas que o espírito assume ao reencarnar. E mesmo que não aconteça de forma plena nesta vida, cada gesto de carinho, cada esforço de empatia, é um tijolo no templo invisível da evolução espiritual.
Nada do que vivemos é por acaso. E mesmo nas relações mais difíceis, o amor está sempre tentando encontrar um caminho. Porque a alma só evolui de verdade quando escolhe o perdão, mesmo que a lembrança da ferida ainda exista.
Fonte: Diário Espírita