02/05/2023
Toda relação é baseada no equilíbrio entre as partes, e parte desse equilíbrio é gerado pela dinâmica do «dar e tomar», dando um caráter mais ativo para a pessoa que recebe.
É necessário tomar o que é dado, de forma consciente, e não apenas receber de forma passiva o que é oferecido.
Esta dinâmica, aparentemente simples, esconde um equilíbrio delicado. Você dá ao outro o que pode dar, e o outro, na mesma medida, toma o que consegue de mim, e me oferece algo em troca que também esteja dentro das suas possibilidades.
Desta forma não existe uma «dívida» pelo que foi recebido e você retoma sua autonomia e liberdade com dignidade.
A simplicidade termina aí.
Algumas vezes é possível ter este equilíbrio de forma harmônica, mas nossa história de vida, cheia de desequilíbrios ou feridas a serem curadas, junta-se à história do outro, com igual medida de desbalanços.
O resultado? Muitas vezes oferecemos mais do que podemos dar.
A crença de que «nunca é o suficiente» faz com que você ofereça coisas ao outro que não foram pedidas ou não são necessárias.
Pode ser também que incorpore a «Salvadora da Pátria» e, portanto, sempre se doe para o outro, tentando salvar ou melhorar sua vida de todas as formas.
Ou ainda, se estiver num roteiro de vitimismo, f**a do outro lado esperando tudo, querendo apenas receber, sem dar nada em troca, como uma filha à espera da comida da mamãe.
Um dos resultados deste desequilíbrio é que o outro f**a virtualmente com uma grande dívida de ações que não consegue «pagar».
A retribuição, física ou emocional, f**a tão desproporcional frente às expectativas que o desequilíbrio gera mais tensões e problemas, ao invés de soluções.
É comum que num destes estados o outro abandone a relação, por não suportar a dívida ou por não aguentar doar muito a mais do que realmente deveria.
«Estou terminando, mas o problema não é você».
A chave de uma relação saudável está no equilíbrio. Eu faço apenas o que me cabe, e dentro do que eu posso receber.
Do outro tomo apenas aquilo que é o justo, sendo grato pela sua disposição, mas na medida exata em que ele possa oferecer.
Como anda o equilíbrio das ações nas suas relações?
Paula Silva
Mentora de Mulheres