12/08/2025
Olá, eu sou a Psicóloga Juliana Leôncio Bordin, CRP 08/09501.E hoje vamos conversar sobre um tema profundo e delicado:a dificuldade de receber carinho físico — toques, abraços, afeto.Se você ou alguém que você ama sente desconforto com o toque,isso não significa ausência de amor,mas sim um mecanismo de defesa emocional.Vamos entender, pela psicologia, por que isso acontece em 4 partesParte 1 – O toque como base do desenvolvimento Desde o nascimento, o toque é o primeiro canal de comunicação emocional.O bebê ainda não entende palavras — mas entende colo, pele, calor, contato.Segundo Donald Winnicott, pediatra e psicanalista britânico,o ambiente “suficientemente bom” inclui contato físico constante,porque é através do corpo que a criança constrói segurança psíquica.Para Winnicott, a ausência de toque pode gerar falhas no holding –que é essa sustentação emocional e física essencial na infância.Já John Bowlby, criador da Teoria do Apego, destacou queo toque está diretamente ligado à formação de vínculos seguros.Se o toque foi ausente, inconsistente ou invasivo,o corpo aprendeu a se proteger.Parte 2 – Nem todo toque é positivo Muitas pessoas dizem:“Mas eu recebi carinho, sim!”Sim, pode até ter recebido…mas com intenções erradas,em momentos desconfortáveis, ou sem respeito.O corpo, ao perceber o toque como uma ameaça (mesmo que sutil),ativa respostas de defesa:tensão muscular, recuo, ou até repulsa.A criança aprende:“É melhor me proteger do que me entregar.”Freud, em sua teoria do desenvolvimento psicossexual,também reconhece o papel do corpo nas experiências afetivas.Toques mal interpretados ou precoces demaispodem gerar conflitos internos e bloqueios emocionais.Parte 3 – O corpo não esquece O corpo guarda memórias.Mesmo quando não lembramos conscientemente,o corpo lembra da falta — ou do excesso — de toque.Segundo Bessel van der Kolk, psiquiatra e autor de “O Corpo Guarda as Marcas”,as experiências traumáticas podem se fixar no corpo,influenciando nossa forma de reagir ao mundo — inclusive ao afeto.Por isso, quando você diz:“Eu não gosto de abraço”,pode não ser o abraço em si…mas o desconforto com a entrega que ele exige.Parte 4 – Psicoterapia e reabilitação do afeto A boa notícia é: isso pode mudar.A psicoterapia ajuda você a reconhecer e ressignificar essas experiências.Com tempo, cuidado e vínculo terapêutico seguro,o corpo pode reaprender a confiar.Não se trata de forçar toques ou expor-se ao desconforto,mas de reconstruir o caminho do afeto —com liberdade, consciência e segurança emocional.É possível voltar a gostar de carinho.Mas isso exige respeito ao seu tempo interno.Se você se identificou com esse vídeo,lembre-se: você não está sozinho(a).O que parece “frieza” pode ser apenas defesa — e toda defesa tem uma história.Se quiser conversar mais sobre isso,estou à disposição para te acolher.Agende sua consulta no link da descrição ou me envie mensagem no WhatsApp:📲 (43) 98821-8081Se inscreva no canal, curta o vídeo e compartilhe com quem pode se beneficiar.💋Jusss e até o próximo vídeo