30/07/2025
61 socos no rosto de uma mulher.
Um soco no estômago de todas nós que estarrecidas assistimos inertes, o aumento desse tipo de violência.
Hoje, rolando o Fred, uma colega, , levantou um tema no qual precisamos retirar o véu: as violências simbólicas.
Ela escreveu:
"Os socos no rosto são visíveis, repudiáveis, escandalosos.
MAS E OS SOCOS INVISÍVEIS?
Aqueles que ninguém além da vítima vê? Aqueles que até ela mesma demora a perceber?
Quantos socos invisíveis uma mulher precisa levar até que uma sociedade inteira escute o estrondo do seu corpo sendo despedaçado pelas mãos de um homem que dizia amar?
Quantos socos a vítima continua levando mesmo depois que tudo vem à tona? Quando é julgada, culpabilizada, silenciada?
Quantos socos o sistema dá nas mulheres que nunca são justiçadas pela violência que sofreram?
Quantos socos continuamos suportando? Quantos socos ainda vão nos levar à morte?
61 socos quase tiraram uma vida. Mas algo dentro dela morreu ali.
61 socos no rosto dela.
Um soco no estômago de todas nós a cada notícia de mais uma mulher morrendo nas mãos de um homem."
Meu desejo à partir desse texto, é convidar vocês a refletirem sobre as contantes violências simbólicas que vivemos socialmente e nos nossos relacionamentos.
Violências "invisíveis" que estabelecem uma relação de subjugação/submissão, muitas vezes de maneira sutil, em que Pierre Bourdieu descreveu como "atos de coerção, constrangimento e opressão dirigidos à honra, à dignidade e ao reconhecimento de pessoas."
Muitas vezes não apanhamos fisicamente, mas somos cerceadas em nossa liberdade, objetificadas. Querem controlar nossos corpos, nossos passos e os nossos desejos. Não sabem amar sem controle.
São relacionamentos aprisionadores, que nos sufocam e nos impedem de respirar, de sermos quem somos...
E como em qualquer ambiente onde esse seja o padrão de convivência, o futuro é a morte. Seja ela física ou simbólica.
Com sorte morre a libido, o sentimento, a admiração. Sinal que ainda nos resta um pouquinho de saúde e pulsão de vida, entre os escombros. Mas muitas ainda pagam com a própria vida.
Créditos da imagem.