
03/01/2024
Para muitas filosofias africanas o tempo não é uma entidade abstrata, mas uma força vital que anima todas as coisas. O tempo não é linear. É circular, espiralado, dinâmico. O tempo não é medido por relógios, mas pelas estações, pelos ritmos, pelos ciclos da natureza e da vida.
Cada final é uma transição para uma nova etapa, não uma ruptura com o que foi. Cada começo é uma continuação do que é, não uma negação do que foi.
Somos responsáveis pelo que fazemos, pelo que somos, pelo que seremos. Não há “reset” no final do ano que nos liberte das consequências de nossas ações; tudo é um acúmulo, uma soma, uma parte do ciclo contínuo de nossa existência.
Essa consciência nos estimula a viver de maneira mais criativa e autêntica. Sabendo que cada ação nossa se integra ao tecido do tempo, podemos escolher caminhos que expressem quem realmente somos e o que queremos para o mundo ao nosso redor.
Podemos ver cada nova “volta” do ciclo não como uma separação do passado, mas como uma oportunidade para construir sobre ele, para aprender, crescer e recomeçar, mas sempre com a sabedoria do que já vivemos.
É a chance de reafirmar nossos compromissos, de revisar nossas ações e de escolher, com consciência e responsabilidade, os passos que daremos no ciclo que se segue.