11/03/2025
A vida é feita de ciclos. Dia e noite; vida e morte; alegria e tristeza.
Viver é um eterno movimento, uma dança de necessidades que surgem, emergem do fundo, tornam-se figuras e, através da ação e interação, buscam sua satisfação, para então se esvaziarem, se apagarem e ao fundo retornarem, dando espaço para que outra figura emerja e cumpra seu ciclo.
Durante muitos anos as figuras que emergiram na minha vida relacionavam-se ao estudo e ao trabalho. Dediquei anos a fio à minha formação e à minha práxis. Pude acolher muitas histórias, ouvir muita dor e sofrimento, bem como presenciar muita superação e crescimento. Uma honra!
Em 2018 o ciclo profissional se fechou. O desejo e a necessidade de focar na família e na maternidade emergiram com força total e ocuparam todos os espaços e minutos da minha vida. Licenciei-me do trabalho na UnB, fechei o consultório e mudei-me para o Amazonas. Dois meses depois, tornei-me mãe, a maior de todas as transformações já vividas.
Uma nova vida, num novo lugar, com novas funções e atividades. Mergulhei tão fundo e tão intensamente nesta experiência quanto as minhas forças permitiram. Fase de dedicação, resignação, abnegação e cuidado à minha Florzinha. Tempo de muito aprendizado.
Veio uma segunda gestação e logo em seguida uma perda. Dor, sofrimento e frustração. Mas a esperança ressurgiu, um Raiozinho de Sol chegou e iluminou meu jardim. Minha segunda filha nasceu e com ela um novo ciclo de cuidado e dedicação intensos. Curti (e ainda curto muito) cada segundo desta fase.
Mas a dança da vida não para de fluir...
Assim, 2024 foi um ano de transição. A terra da minha vida começou a demandar novos plantios, novas culturas. O chamado do meu eu profissional começou a se fazer ouvir novamente, inicialmente tímido e receoso, mas ao perceber estar sendo escutado, ganhou força e inteireza. E, como água que brota da fonte e procura caminhos para fluir, eis-me aqui, iniciando um novo ciclo, “alongando as minhas asas, esgarçando os meus medos, ampliando o meu mundo” e reabrindo a minha escuta ativa e acolhedora, fundada no desejo de acompanhar pessoas através de outra face do meu ser: Fernanda Doca – Psicóloga.
