10/08/2025
10/08/2025 - 29 – O Pai e o que ele representa para mim
A figura paterna carrega um peso simbólico e afetivo que atravessa gerações e histórias pessoais. Freud já apontava que o pai não é apenas presença física, mas função psíquica — sustentáculo, referência, limite e afeto. Sua ausência ou falha pode marcar profundamente, assim como sua presença pode orientar silenciosamente toda uma vida.
Ao ler Carta ao Pai, de Kafka, f**a impossível não pensar nas complexidades dessa relação: a potência e a fragilidade, o amor e a tensão, o cuidado e o autoritarismo. A obra escancara como a paternidade pode moldar a subjetividade de um filho — seja pela presença acolhedora, seja pela ausência sentida, seja pela forma única com que cada pai consegue (ou não) estar.
Hoje, dois meses sem meu pai, percebo como sua presença continua potente na minha vida. Nos últimos tempos, estivemos muito mais próximos, e esse vínculo final deixou marcas profundas. Ele sempre — ao seu modo, no seu tempo, com seus limites - esteve presente: um homem forte, que transmitiu valores com gestos, atitudes e silêncios.
O pai, para mim, é mais do que biologia. É herança de afetos, é base simbólica que nos ampara diante do mundo. É alguém que, mesmo quando parte, deixa um rastro de quem fomos e do que podemos ser.
Por isso, antes de homenagear, escolho escutar. Antes de comemorar, preciso elaborar. Pois o pai não é apenas um personagem da nossa história — ele é, muitas vezes, o chão invisível sobre o qual construímos quem somos.
Feliz Dia dos Pais. ✨