Psicóloga Marta Grünwaldt

Psicóloga Marta Grünwaldt Psicoterapia para crianças, adolescentes, adultos e idosos.

“Ninguém se sente realmente adulto. Esse é o segredo mais bem guardado do mundo” - Sophie Kinsella.Foi com essa frase qu...
12/10/2025

“Ninguém se sente realmente adulto. Esse é o segredo mais bem guardado do mundo” - Sophie Kinsella.

Foi com essa frase que iniciei o dia, tomada por uma certa nostalgia. Fiquei pensando sobre que diabos significa “ser adulto”. E sobre essa travessia silenciosa que fazemos pela infância e pela adolescência.

Pensei no quanto, realmente, nos tornamos adultos. Ou no quanto, no fundo, seguimos sendo as crianças que fomos um dia.

Quais sonhos se mantém? Quais desejos silenciamos? Quais medos insistem em aparecer? Quem seguimos idealizando?

Talvez crescer possa ser estranho. Mas não cheguei a conclusão alguma, embora eu siga pensando...

🛋️ Marta Luana Grünwaldt
Psicóloga Clínica
CRP-12/21.543

A inteligência artificial pode gerar harmonias e letras com precisão, mas falta nela o desequilíbrio essencial que move ...
09/10/2025

A inteligência artificial pode gerar harmonias e letras com precisão, mas falta nela o desequilíbrio essencial que move a criação humana: a dúvida, o desejo, a falta.

A arte de Damon Albarn pulsa porque nasce de um sujeito dividido, que se deixa afetar pelo mundo e transforma isso em som.

Assim, a banda Gorillaz, embora pareça um produto do digital, é na verdade um elogio à alma humana.

Um lembrete de que, mesmo cercados por máquinas, é o toque, o olhar e a escuta do artista que dão sentido ao ruído.

Algo muito parecido permeia a escuta clínica.

🛋️ Marta Luana Grünwaldt
Psicóloga Clínica
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Imagens aleatórias para fins de contemplação.Só isso mesmo.✨🛋️ Marta Luana GrünwaldtPsicóloga ClínicaCRP-12/21.543
30/09/2025

Imagens aleatórias para fins de contemplação.

Só isso mesmo.✨

🛋️ Marta Luana Grünwaldt
Psicóloga Clínica
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Na ética lacaniana, o ponto central não é alcançar uma verdade absoluta sobre si, mas sustentar o desejo. Isso significa...
22/09/2025

Na ética lacaniana, o ponto central não é alcançar uma verdade absoluta sobre si, mas sustentar o desejo. Isso significa que, diante da impossibilidade de caber em certezas, o sujeito é convocado a se posicionar no vazio que o constitui.

Lacan critica a ideia de que a análise levaria a uma espécie de “autoconhecimento total”. Isso seria ilusório, já que o inconsciente é sempre marcado por restos, lapsos, equívocos.

Não há um manual de instruções que nos diga quem somos. O que há é um processo de encontro com o próprio desejo, e esse encontro nunca é definitivo.

Assim, quando Guimarães Rosa escreve que “a natureza da gente não cabe em nenhuma certeza”, podemos ler que o humano não encontra repouso em respostas prontas.

A psicanálise nos convida a assumir essa falta como condição. A ética aí não é a de buscar completude, mas a de não recuar diante do desejo.

A “natureza da gente” é, portanto, não ter uma natureza fechada. É ser atravessado pelo inconsciente, pelo desejo, por enigmas que não se esgotam. A certeza, nesse sentido, seria uma defesa contra a angústia de não saber, e também um aprisionamento.

A ética lacaniana pede que possamos viver sem a promessa de uma certeza última, e que encontremos aí um modo singular de existir.

“Grande Sertão: Veredas”, João Guimarães Rosa (1967).
“Seminário 7: a ética da psicanálise”, Jacques Lacan (1997).

🛋️ Marta Luana Grünwaldt
Psicóloga Clínica
CRP-12/21.543

Não é possível dobrar os momentos e guardá-los no bolso. Também não é possível voltar a eles, não há meios para resgatá-...
12/09/2025

Não é possível dobrar os momentos e guardá-los no bolso. Também não é possível voltar a eles, não há meios para resgatá-los.

Nenhum momento se rende à nossa tentação de retê-lo.

O momento atual é autoritário porque é efêmero e não se permite ficar. Não é possível segurar um momento.

Aos momentos, resta-nos abraçá-los ou devorá-los, já que não podemos amarrá-los.

E se os agarramos, o que sobra no ar é apenas a poeira do próximo momento.

“As horas do dia”, Leda Cartum (2012).

🛋️ Marta Luana Grünwaldt
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Escutar implica deixar o outro existir sem ser interrompido pela nossa própria narrativa. Isso significa que a escuta nã...
10/09/2025

Escutar implica deixar o outro existir sem ser interrompido pela nossa própria narrativa. Isso significa que a escuta não é passiva, mas um exercício ativo de presença.

Muitas vezes, ao ouvir alguém, já nos preparamos para responder, aconselhar ou relacionar a fala à nossa experiência pessoal.

No entanto, quando fazemos isso, retiramos do outro a chance de falar por inteiro, de habitar o espaço da palavra com sua própria verdade.

Escutar, de fato, exige suspender a voz interna que deseja completar, corrigir ou antecipar. É um gesto ético de reconhecimento: o outro não é extensão de nós, mas sujeito de sua própria história.

Na clínica psicanalítica, essa é a base do trabalho, mas no cotidiano também é um ato de generosidade. Quem é verdadeiramente escutado, sente-se acolhido e reconhecido.

Assim, escutar é abrir espaço para que o outro exista. E, nesse processo, também nos transformamos.

“Escutar para o outro existir”, Gisele Oliveira (2022).

🛋️ Marta Luana Grünwaldt
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Para Lacan, o sujeito é atravessado por seu desejo e não pode ser reduzido a metas ou técnicas de “melhoria pessoal”.O p...
27/08/2025

Para Lacan, o sujeito é atravessado por seu desejo e não pode ser reduzido a metas ou técnicas de “melhoria pessoal”.

O psicólogo não promete soluções, mas escuta, acolhe e cria espaço para que o sujeito enfrente suas tensões, inclusive aquelas impostas pelo contexto social: desigualdades, opressões e estruturas que moldam a vida.

No Dia do Psicólogo, celebramos a escuta ética, o compromisso com a subjetividade e a responsabilidade de reconhecer tanto o desejo quanto as condições sociais que atravessam cada sujeito.

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A “paixão da possibilidade”, que Kierkergaard menciona nesse trecho de seu livro, é quase o oposto da estagnação. É um d...
11/08/2025

A “paixão da possibilidade”, que Kierkergaard menciona nesse trecho de seu livro, é quase o oposto da estagnação.

É um desejo de olhar para o mundo como se fosse sempre novo, com curiosidade e coragem para se lançar no que ainda não existe, e não apenas se contentar com o que já é.

Na mesma linha de raciocínio, o “olho eternamente jovem” não trata sobre idade, mas sobre preservar essa capacidade de se encantar e se mover em direção ao que é inédito, mesmo que arriscado ou incerto.

“Enten–Eller”, Søren Kierkegaard (1843).

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Quando Kundera escreve que o corpo desacelera diante de uma lembrança que escapa, ele toca num ponto crucial: o tempo do...
28/07/2025

Quando Kundera escreve que o corpo desacelera diante de uma lembrança que escapa, ele toca num ponto crucial: o tempo do inconsciente não é o tempo do relógio.

É o tempo da hesitação, da suspensão, do tropeço. Na teoria lacaniana, é justamente nesses momentos que o sujeito do desejo se revela.

O passo que hesita não é distração, é linguagem do inconsciente. É o corpo respondendo àquilo que ainda não foi simbolizado. É o desejo tentando se dizer, sem palavras.

Mas o que acontece com o desejo quando não há hesitação? Quando tudo é rápido, produtivo, contínuo?

Nessa lógica, não há tempo para a falta. Tudo precisa ser preenchido, resolvido, consumido. E o desejo, que se alimenta do vazio, não sobrevive nesse ritmo.

Desejar exige tempo. Pressa exige preenchimento.

O desejo não grita, ele sussurra no intervalo entre uma coisa e outra. E na pressa, não há intervalo, mas repetição.

Por isso, o passo que hesita é precioso: ele marca a brecha onde o desejo ainda pode emergir.
É no tropeço, na lentidão, na falha daquilo que é automático que o sujeito se reencontra com aquilo que verdadeiramente o move.

O desejo exija um furo, e a pressa é cheia demais de tudo.

“A lentidão”, Milan Kundera (1995).

“Seminário 11 – Os Quatro Conceitos Fundamentais da Psicanálise”, Jacques Lacan (1964).

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Na visão lacaniana, a identidade não é algo pronto ou fixo. Não nascemos com um “eu verdadeiro” esperando ser revelado. ...
30/06/2025

Na visão lacaniana, a identidade não é algo pronto ou fixo. Não nascemos com um “eu verdadeiro” esperando ser revelado. Pelo contrário: somos marcados pela linguagem, pelas relações, pelas faltas e desejos que nos atravessam. É isso que nos torna sujeitos. Sempre em construção, nunca totalmente definidos.

Lacan dizia que o sujeito é dividido, feito de contradições. E a cada dia tentamos responder à pergunta: “Quem sou eu?”. Mas essa resposta nunca vem de forma completa. Estamos sempre nos reinventando, tentando dar sentido àquilo que sentimos, fazemos, desejamos.

Quando Galeano fala que “a identidade não é uma peça de museu, quietinha na vitrine”, ele reforça essa ideia: não somos uma essência imutável, mas um processo em movimento.

Vivemos entre certezas e dúvidas, entre o que esperam de nós e o que desejamos ser. É nesse vai e vem que a nossa subjetividade se forma.

Portanto, talvez a identidade seja menos sobre encontrar quem somos, e mais sobre sustentar, com coragem, o caminho de nos tornarmos.

“O livro dos abraços”, Eduardo Galeano (2009).

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A psicoterapia infantil de orientação psicanalítica oferece um espaço de escuta verdadeira. Sem pressa, sem rótulos, sem...
10/05/2025

A psicoterapia infantil de orientação psicanalítica oferece um espaço de escuta verdadeira. Sem pressa, sem rótulos, sem receitas prontas.

Um espaço onde a criança pode ser ela mesma, e onde seu sofrimento é levado a sério — não como algo a ser corrigido, mas como algo a ser compreendido.

"A psicanálise na educação: o impossível em questão", Maria Cristina Kupfer (2001).

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O sintoma, na psicanálise, não é um erro a ser corrigido — é o jeito singular que cada um encontra de seguir vivendo, me...
02/05/2025

O sintoma, na psicanálise, não é um erro a ser corrigido — é o jeito singular que cada um encontra de seguir vivendo, mesmo quando nada faz muito sentido.

É fato que, sobre a vida, temos pouquíssimas certezas. Com frequência nos deparamos com a impossibilidade de um saber completo ou de um sentido pleno.

Lacan já dizia: “não há Outro do Outro”. Ou seja, não existe uma instância final que garanta sentido absoluto. A vida não se sustenta sobre verdades sólidas, mas sobre fendas, equívocos e mal-entendidos.

Na psicanálise, essa falta de garantias não é um problema a ser resolvido, mas uma condição estrutural do sujeito. E é justamente aí que surge o sintoma: não como um defeito a ser eliminado, mas como uma resposta única de cada sujeito diante do que escapa ao sentido (do que insiste mesmo sem explicação).

Diante do real (esse impossível de dizer), o que nos resta é dar um jeito. E esse “jeito” é o próprio sintoma: uma invenção singular, um modo próprio de seguir vivendo, mesmo sem compreender tudo, mesmo sem ter todas as peças de um quebra-cabeça.

Cada sujeito, a seu modo, encontra uma forma de lidar com o que falta — com tropeços, ajustes e criações que permitem seguir adiante.

“A vida é feita de poucas certezas e muito dar-se um jeito” nomeia com simplicidade algo muito profundo: a vida não se constrói sobre certezas, mas sobre os modos que cada um encontra para fazer com o que não se resolve.

E o sintoma, nada mais é, do que um modo de amarrar os fios soltos da existência, de dar forma ao que não tem forma, de sustentar-se diante daquilo que não se explica.

Na clínica, é justamente essa invenção (esse "dar um jeito") que se reconhece como a parte mais viva do processo analítico: o sujeito criando sua maneira de estar no mundo, mesmo sem todas as certezas.

Não faço ideia da autoria dessa frase 🫠, mas de resto "O seminário, Livro 23: O sinthoma", Jacques Lacan (2007) e "O seminário, livro 11: Os quatro conceitos fundamentais da psicanálise", Jacques Lacan (1985).

🛋️Marta Luana Grünwaldt
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