
17/04/2025
Depois de quase 1 ano sem aparecer aqui no feed, resolvi voltar como se nada tivesse acontecido para falar desse livro que terminei recentemente. “O Sentido da Vida”, de Contardo Calligaris, é um daqueles livros que dizem que a gente lê em uma sentada, mas no meu caso de mãe recém-nascida (ainda), confesso, foi necessário um pouco mais de tempo. Mas a leitura é sim gostosa, bem-humorada e com elementos históricos e filosóficos interessantes. Parece se endereçar a todas as pessoas: curiosas ou não pelo sentido da vida, conhecedoras ou não de psicanálise. Enquanto lia, lembrava do sotaque jubiloso de Calligaris quando, ao ser entrevistado, respondia com graça alguma pergunta complexa demais para a maioria de nós. O psicanalista entregou os originais deste livro à editora quando estava doente, em 2021, pouco tempo antes de morrer, e o mesmo foi publicado postumamente, dois anos depois. Gostaria de dizer que a resposta para a pergunta “qual o sentido da vida?” é dada direta e claramente. Mas não devo. Inclusive, digo que despertou em mim inúmeras reflexões. Talvez oriundas desse momento tão visceral que é o puerpério e a chegada de um filho. Gostei! Mas, falando de modo menos pessoal, Calligaris parte da ideia de que o sentido da vida é o que fazemos dela, com todas as suas dores, frustrações, perdas e até mesmo o luto como elementos importantes do percurso. Assim, não haveria um sentido previamente dado. Para os amantes de leitura, recomendo.
Ps.: esse post vem de um movimento meu para tentar estar um pouco mais aqui - mas sem compromisso com calendário e constância, me lembrando de que os textos não precisam ser perfeitos (alô, neurose!), que não são parte de uma tese de doutorado, e que eu posso escrever rapidamente, postar e sair das redes para não ficar criticando a luz ruim da imagem, a vírgula que faltou ou sobrou, e por aí vai, rs. Um abraço.