22/10/2025
Eu vejo a mãe de recém-nascido, parada na farmácia com os olhos cansados, procurando a pomada certa enquanto embala o bebê no colo.
Dá vontade de abraçar e dizer baixinho: “Você tá indo melhor do que imagina.”
Eu vejo a mãe do bebê que começou a andar, correndo atrás de um furacãozinho no parque meio rindo, meio exausta com migalhas, giz de cera e brinquedos perdidos na bolsa.
Tenho vontade de dizer: “Essa fase parece que nunca vai acabar, mas um dia você vai sentir falta dessas mãozinhas te procurando.”
Eu vejo a mãe de criança em idade escolar, tentando equilibrar lancheira, tarefa de casa e e-mails do trabalho, achando que tá sempre atrasada.
Queria que ela soubesse que os filhos não lembram das listas de afazeres eles lembram do seu abraço no fim do dia.
Eu vejo a mãe de adolescente, sentada no carro, esperando o filho falar mesmo que seja só uma palavrinha sobre o dia.
Ela disfarça a saudade e a preocupação em silêncio, mas o amor dela fala por ela.
E eu vejo a avó, que um dia também esteve no nosso lugar, olhando com olhos cheios de ternura enquanto seus filhos agora criam os próprios filhos.
Antes de ser mãe, eu não reparava nelas.
Hoje, eu reparo em tudo, na força, no cansaço, no amor invisível que elas carregam.
Cada mãe que eu vejo carrega um pedacinho de mim.
Porque quando a gente entra na maternidade, não é só o olhar sobre o filho que muda.
É o olhar sobre o mundo inteiro.