24/07/2025
Essa semana, minha cabeça está em muitos lugares ao mesmo tempo.
Estou precisando dividir minha atenção a emoções, decisões e turbulências que se misturam.
E me peguei pensando no quanto é ilusório acreditar que a vida pessoal e a vida profissional caminham em trilhos totalmente separados. Quem trabalha com pessoas, quem empreende, quem escuta e se coloca à escuta, sabe: o que sentimos, vivemos e atravessamos nos alcança - mesmo que tentemos ser fortes, racionais, organizadas, produtivas.
Mas também acredito que isso não é um problema. Isso é humano.
O ponto está em como lidamos com isso.
E lidar, aqui, não signif**a “dar conta de tudo” da melhor forma.
Às vezes, lidar é parar. É sentir.
É aceitar que nem tudo será resolvido com organização e produtividade.
Que algumas coisas vão doer enquanto seguimos trabalhando.
Que algumas feridas não vão esperar o fim do dia para latejar.
E que está tudo bem. Porque isso também faz parte de uma vida ética no trabalho: reconhecer a nossa inteireza.
Reconhecer limites. Permitir pausas. Cuidar do corpo e da mente. Ter rede de apoio. E entender que, sim, podemos exercer nossa profissão com responsabilidade mesmo quando não estamos na nossa melhor forma - desde que sejamos honestas conosco e com o que podemos oferecer naquele momento.
Há dias em que remanejar a agenda ou compromissos pode ser um alívio. Há dias que isso pesa. Há dias em que estou mais aérea do que gostaria. E está tudo bem reconhecer isso. Sem fazer disso um caos, mas também sem exigir de mim uma perfeição inatingível.
Que a gente possa construir uma relação mais justa com o nosso trabalho, uma relação que reconhece a complexidade de ser humana, profissional e atravessada pela vida.