Psicóloga Michelle Bacini

Psicóloga Michelle Bacini Psicoterapia de Orientação Psicanalítica

21/08/2025

Neste vídeo falo sobre a escrita do meu capítulo no livro organizado pelo psicólogo .arndt.psi
Mães psicanalistas - Entrelaçamentos entre a vida e a clínica.

O título do meu capítulo é: Maternidade – uma dança relacional singular
“Falar sobre maternidade para mim é entrar em território de ambivalências e turbulências emocionais. Pensei em começar com algumas perguntas: o que dizer sobre ser mãe? De que lugar posso falar da maternidade? Do lugar de mãe das minhas filhas? Do lugar de filha da minha mãe? Será possível falar de um único lugar? E na clínica, como as questões referentes à maternidade me impactam? Quando a psicanálise me salvou no meu maternar e quando ela me atrapalhou? Não tenho pretensão de responder de maneira fechada essas perguntas, mas pretendo ampliar algumas questões a partir delas” (pag. 35)

Convido vocês a participar do evento de lançamento oficial do livro que será dia 22 de agosto na EPPM Escola de Psicoterapia Psicanalítica de Maringá às 18:30. O evento será presencial, porém haverá transmissão simultânea, então quem é de fora também pode acompanhar.

18:30 Evento de pré-lançamento: “Pensando as funções cuidadoras na paternidade e paternidade”

20:00 Conversa com as autoras sobre seus capítulos, suas experiências e processos de escrita

Será uma alegria contar com a presença de vocês. Até lá.



“Tudo é rio” este livro de Carla Madeira, assim como os outros que ela escreveu, são simplesmente arrebatadores. A leitu...
04/08/2025

“Tudo é rio” este livro de Carla Madeira, assim como os outros que ela escreveu, são simplesmente arrebatadores. A leitura é completamente envolvente, instigante, tem muita dor, mas ao mesmo tempo vida, é um livro onde as descrições feitas pela autora dão forma a sensações e sentimentos intensos, indescritíveis e indizíveis.

Poderia destacar inúmeros trechos que me atravessaram, porém compartilho com vocês esse trecho que recentemente foi recuperado em minha análise pessoal pela minha analista diante da minha perplexidade frente a uma grande impossibilidade.

“Quem vê de fora faz arranjos melhores, mas é de dentro, bem no lugar que a gente não vê, que o não dar conta ocupa tudo”

E não é assim que muitas vezes nos deparamos com a sensação de perplexidade entre a discrepância dos olhares de quem está vivendo e de quem está assistindo? Pois é esse material que se encontra do lado de dentro, no lugar que não vemos, a matéria-prima a ser explorada numa análise.

Boa semana

Minha filha mais velha está no primeiro ano do ensino médio. Neste ano, ela quis se inscrever como treineira no último v...
23/07/2025

Minha filha mais velha está no primeiro ano do ensino médio. Neste ano, ela quis se inscrever como treineira no último vestibular da Universidade Estadual de Maringá. Acompanhar minha filha nessa experiência pela UEM foi muito impactante. Caminhar por lá me faz revisitar um filme da minha própria história. Eu me formei na UEM, mas vejam só que curioso: o bloco onde minha filha fez a prova eu não conhecia. Isso me fez pensar nos caminhos distintos que os filhos podem trilhar em relação aos pais, em como eles podem ir além e nos colocar diante de não saberes incalculáveis.

Já a caminho do bloco, enquanto andávamos, ela foi um pouco à frente e, depois de uma curva, parou e disse: “Quanta gente…” Ela parecia assustada. Eu também estava. Tínhamos ainda um pouco de tempo antes que o sinal tocasse, marcando a abertura dos portões do bloco. Quando o sinal tocou, ela se despediu e foi. Acompanhei-a até onde me era permitido ir junto e, depois, com meu olhar, até que não a vi mais. Ela foi fazer a prova, e eu voltei para casa.

No caminho de volta, em meio ao congestionamento gigante, fiquei observando a realidade dos pais: uns indo embora, outros sentados em cadeiras de praia aguardando, outros ainda tirando um cochilo no carro. Todos estavam fora da prova do vestibular — não havia pai ou mãe dentro dos blocos.

Isso tudo me fez pensar nas tantas experiências que já vivi — e ainda viverei — com minha filha adolescente, experiências que implicam separações. Para que os filhos alcem seus voos solos, muitas vezes é necessário que os pais saiam de cena, fiquem nos bastidores do palco da vida. E isso nem sempre é fácil. Mas é muito importante tolerar essas distâncias para que o aprendizado com a própria experiência possa surgir.

A imagem que ilustra o texto representa o processo de amadurecimento dos filhos. Se tudo correr bem, cria-se um intervalo entre pais e filhos. Vamos f**ando para trás, vamos perdendo o protagonismo na vida deles, tomamos caminhos distintos, com a garantia do reencontro do lado de dentro. O mundo é grande demais para f**ar circunscrito às projeções dos pais sobre os filhos.
Voa, minha filha. Com amor, mamãe ❤️
Texto:

“Não dá pra criar desejo no outro”Certa vez, escutei essa frase na análise e ela me incomodou bastante, ardeu, pois na o...
18/06/2025

“Não dá pra criar desejo no outro”

Certa vez, escutei essa frase na análise e ela me incomodou bastante, ardeu, pois na ocasião havia claramente em mim, um desejo por transformação muito maior do que no outro envolvido na situação.
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Essa circunstância me leva a pensar na clínica, nos limites do nosso trabalho. Para que haja um processo analítico é necessário que se estabeleça uma aliança terapêutica, um vínculo que pode se fortalecer à medida que as sessões transcorrem e que se estabelece uma confiança e segurança na relação analítica.
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Mas não cabe ao analista criar o desejo no paciente, desejo de continuar, desejo por mudanças, entre tantos outros desejos. Nesse sentido faz muito sentido a recomendação do psicanalista Bion que adverte que diante do paciente, a cada sessão, possamos experimentar um estado de mente que contemple o “sem memória, sem desejo e sem ânsia de compreenssão”.
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Sobre isso, Zimerman comenta que Bion “pretendeu caracterizar é que o psicanalista deve evitar ao máximo que sua mente esteja saturada pela memória se situações anteriores, pelos seus desejos pessoais e por uma ânsia compulsória de compreender de imediato – e tudo – o que está se passando durante a sessão” (p. 99).
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Diante disso, questiono o quão perigoso f**a um campo relacional onde o analista não considera os limites de sua função e extrapola os ajustes e adaptações para dar continuidade ao processo. Sabemos que o analista muitas vezes precisa se ajustar ao paciente, porém isso precisa ter limites, e essas medidas são singulares à cada dupla, mas talvez diante dessas demandas precisamos nos questionar: quais as condições mínimas para o andamento do processo? Ajustar, negociar, adaptar é para quem? É para o paciente? Ou é para atender, manter e alimentar o aspecto narcísico e onipotente do analista que não frustra o paciente e quer evitar as transferências negativas dirigidas à ele?
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Esses são questionamentos ardidos, porém necessários para que possamos manter o compromisso ético com o exercício de nosso trabalho. Faz sentido para você?

Mais uma vez, tive a honra de tecer a escrita na companhia do professor  , mestre querido desde os tempos da faculdade. ...
09/06/2025

Mais uma vez, tive a honra de tecer a escrita na companhia do professor , mestre querido desde os tempos da faculdade. Neste trabalho, continuamos a explorar o mito de Deméter e Perséfone. Entretanto, diferente do trabalho anterior — no qual discorremos sobre as dificuldades de separação subjetiva entre mãe e filha —, nesta ocasião nos propusemos a discutir alguns aspectos relacionados às crises e aos lutos que os pais podem vivenciar diante do afastamento dos(as) filhos(as) durante o período da adolescência.

O livro no qual este texto foi publicado intitula-se A Tragicidade do Existir – Diálogos entre Mitos Gregos e Psicanálise. Ele será lançado no dia 25/06/25, às 19h, no auditório H-35 do CCH, na Universidade Estadual de Maringá. F**a aqui nosso convite para que participem presencialmente deste momento festivo, no qual farei alguns comentários a respeito do capítulo do qual participei na escrita.

Em breve, o livro contará com uma versão em e-book, que será disponibilizada gratuitamente. Portanto, se você tem interesse nessa temática e gostaria de receber o livro, registre seu interesse nos comentários — com muita satisfação o encaminharei assim que estiver disponível.

Abraço,



Com imensa alegria convido-os para o lançamento do mais novo livro organizado pelo  “A tragicidade do existir: diálogos ...
05/06/2025

Com imensa alegria convido-os para o lançamento do mais novo livro organizado pelo “A tragicidade do existir: diálogos entre mitos gregos e psicanálise”.
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Na companhia do professor Paulo J. da Costa, contribui com a escrita do capítulo: As crises e os lutos dos pais na adolescência dos filhos: uma discussão a partir do mito de Deméter e Perséfone.
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Será uma grande satisfação contar com a presença de vocês nesse momento tão importante de celebração.
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Data: 25/06/2025
Local: Auditório H-35, do CCH, na Universidade Estadual de Maringá
Horário: 19:00 hrs
Inscrições pelo e-mail: pjcosta@uem.br ou no dia no local.
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Eu gosto muito de música. Enquanto ando de carro, deixo sempre o som do rádio ligado. Gosto de ser surpreendida por uma ...
19/05/2025

Eu gosto muito de música. Enquanto ando de carro, deixo sempre o som do rádio ligado. Gosto de ser surpreendida por uma música e pelas sensações e memórias que ela evoca. Aprecio esse efeito de espanto que algumas músicas provocam ao despertar reflexões a partir da letra, do ritmo ou da melodia.

Minha filha mais nova demonstra ter essa mesma apreciação em relação à música. Dias atrás, ela me disse: “Mãe, tem algumas músicas que eu consigo sentir algo a mais, é como se ela entrasse dentro de mim e eu criasse uma história com ela.”

Isso me fez pensar no que um bebê cria a partir da ausência da mãe nos primórdios da vida. Que histórias podemos produzir internamente a partir da presença e da ausência? Levando em conta que “a experiência não é aquilo que passa por nós, mas aquilo que se passa em nós” (Jorge Larrosa), sem dúvida muitos registros permanecem a partir dessas primeiras vivências, ressoando ao longo da vida.

Penso que, quando se trata do campo relacional, podem ocorrer muitos desencontros e distorções entre a experiência vivida e aquilo que f**a registrado para cada um. Somos universos distintos, somos diferentes e sentimos de maneiras diversas. Pensando nesses aspectos relacionais com a música, podemos supor que a mesma canção pode despertar diversas associações — que, inclusive, podem mudar a partir de novas experiências.

Talvez seja um pouco disso que acontece em um processo analítico: revivemos, na relação com nosso analista, experiências antigas; repetimos, como num “disco riscado”, muitas das distorções e desencontros entre a letra, o ritmo e a melodia associados às vivências. Entretanto, nessa nova relação, podemos criar registros inéditos. Novas sensações podem ser vividas e, quem sabe, até podemos criar juntos outras músicas e ritmos para viver.

E por aí, como estão a melodia e o ritmo da vida? Há espaço para o novo, para o espanto do desconhecido e para as turbulências emocionais inerentes aos processos de ampliação e transformação?

Páscoa se origina da palavra em latim Pascha, que deriva do hebraico Pessach / Pesach, que signif**a “a passagem”._A Pás...
20/04/2025

Páscoa se origina da palavra em latim Pascha, que deriva do hebraico Pessach / Pesach, que signif**a “a passagem”.
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A Páscoa é uma importante celebração da igreja cristã em homenagem à ressurreição de Jesus Cristo. Ela é comemorada em vários países, principalmente naqueles com fortes influências do cristianismo. Os espanhóis chamam a data de Pascua, os italianos de Pasqua e os franceses de Pâques.
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Entre os vários símbolos representativos da Páscoa, temos o coelho da Páscoa, que se tornou um dos símbolos desta festividade em referência às comemorações feitas pelos povos antigos durante o começo da primavera. Acreditava-se que o coelho representava a fertilidade e o ressurgimento da vida.
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O ovo também é um outro símbolo importante da Páscoa, pois representa o começo da vida. Vários povos costumavam presentear os amigos com ovos, desejando-lhes a passagem para uma vida feliz. A partir deste costume, surgiram os primeiros Ovos de Páscoa.
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Para muitas famílias essa data pode ser motivo de reunião, reflexão e celebração, mas assim como outras datas comemorativas, também pode trazer dor e saudade por remeter a ausência de entes queridos, o que não é nada fácil. A cada data comemorativa a marca da falta é revivida, porém percebo, por experiência própria, e também através das histórias que acompanho na clínica, que a medida que o luto é vivido, a dor da falta pode com o tempo, dar espaço para boas memórias e para a saudade.
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Nesse sentido, independente da religião, talvez poderíamos considerar a páscoa um momento oportuno para refletirmos a respeito das experiências que estão em curso de transformação interna ou externamente a nós. Que possamos nos implicar e nos responsabilizar pelas mudanças e ampliações que tanto desejamos.
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Feliz Páscoa! 🙏🏻🐰❤️
Abraço

Hoje, enquanto preparava o café, vi pela janela da lavanderia um sol tímido surgindo entre as nuvens. Do outro lado, na ...
18/03/2025

Hoje, enquanto preparava o café, vi pela janela da lavanderia um sol tímido surgindo entre as nuvens. Do outro lado, na janela da sala, avistava-se uma tempestade. O mesmo céu, tempos tão diferentes.

Essa cena me fez refletir sobre as diversas partes da mente, sobre os sentimentos ambivalentes e paradoxais que emergem em momentos de mudança e transição.

São justamente esses momentos que costumam despertar as maiores turbulências emocionais.
O mesmo céu, tempos tão diferentes. A mesma mente, abrigando sentimentos tão distintos sobre os mesmos eventos e fatos.

Grande desafio é integrar as emoções contraditórias, e esse é um dos convites do processo analítico. Viver essas emoções na companhia viva do analista nos dá a chance de transformá-las.

Me peguei cantarolando a música “Águas de Março” e, ao prestar mais atenção na letra, percebi que ela também fala sobre aspectos contraditórios:
“É o mistério profundo, é o queira ou não queira
É o vento vetando, é o fim da ladeira
É a viga, é o vão, festa da cumeeira
É a chuva chovendo, é conversa ribeira
Das águas de março, é o fim da canseira
É o pé, é o chão, é a marcha estradeira
Passarinho na mão, pedra de atiradeira”

As águas de março, que fecham o verão e marcam o fim de uma estação, nem sempre são calmas e tranquilas. O término de um caminho, de um ciclo, nem sempre vem recheado apenas de boas emoções — mesmo quando tudo vai bem.

Que possamos suportar e atravessar as turbulências geradas pelos encontros com ambivalências e paradoxos, para então nos encontrarmos com as promessas de esperança e com a vida vivida em sua totalidade.

Uma boa semana com transformações por aí.
Com carinho,

☀️☀️🌧️🌧️☀️☀️🌧️🌧️☀️☀️

A série traz um conjunto de temas sensíveis, como estupro, assédio, abuso de dr**as, feminismo, machismo, entre outros. ...
13/02/2025

A série traz um conjunto de temas sensíveis, como estupro, assédio, abuso de dr**as, feminismo, machismo, entre outros. Por se tratar de assuntos tão delicados, pode provocar discordâncias nas interpretações do roteiro.
Quero destacar os efeitos devastadores das situações em que há assédio e/ou abuso sexual. A vergonha e a culpa que muitas mulheres sentem impedem-nas de denunciar a agressão sofrida. Devemos considerar que ainda estamos imersos em uma cultura machista, que naturaliza a violência por meio de comentários que invalidam a experiência de dor e, muitas vezes, responsabilizam a vítima pela agressão sofrida.
Outra consequência evidente na trama é que o silenciamento de uma situação traumática tem um preço muito alto. Quando se silencia a vítima, a experiência emocional traumática também é calada; no entanto, ela continua a “fazer barulho” internamente. Contar a alguém sobre a violência sofrida tem uma grande importância e, dependendo de como o outro recebe esse relato, o caminho pode levar a um destino esperançoso ou desastroso.
Sobre essa questão, cabe mencionar os estudos de Ferenczi sobre o segundo tempo do trauma, no qual, diante da revelação da situação traumática, há, por parte do outro, em vez de acolhimento e validação, uma desautorização do discurso e do sofrimento. “O pior é realmente o desmentido, a afirmação de que não aconteceu nada, de que não houve sofrimento” (p. 72).
Essa desautorização do sofrimento estabelece o segundo tempo do trauma — é como machucar em cima de um machucado. Durante esses anos de clínica, acolhi pessoas que viveram “machucado em cima de machucado” e percebo a grande importância de testemunhar, na relação analítica, essas dores que foram desacreditadas. Esse reconhecimento pode inaugurar internamente um processo de acolhimento e cuidado.
“Como as marcas da agressão sofrida são indeléveis, é sobre a repetição do tempo de testemunho que atuamos clinicamente, possibilitando ao analisando, por meio do resgate da confiança perdida, a oportunidade de encontrar um destinatário capaz de escutar sua dor e atestar seu desalento” (p. 73).
Muitas vezes, é na análise que podemos dizer: ‘Não nos calaremos’ diante dos desmentidos.

Endereço

Maringá, PR
87030050

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