
27/06/2023
Escolher significa basicamente excluir!
Cada escolha feita na vida também envolve perder, o que torna os humanos diferentes dos outros animais é nossa capacidade de ponderar eticamente sobre suas escolhas.
Sofrer por perder é comum também em outros animais, veja o exemplo de Uma gata que perde seus filhotes, embora sofra com a perda não vai ficar se culpando por ter deixado sua ninhada sozinha porque precisou alimentar.
Já em uma mãe humana, essa decisão pode carregar uma série de culpas e ponderamentos sobre a consequência de suas escolhas, gerando um grande sofrimento psíquico juntando perda e culpa.
Esse combo de perda e culpa pode ser um fator decisivo em gerar um grande sofrimento psíquico. Quando o indivíduo não está em um processo de análise, conhece muito pouco de si mesmo, conhece muito pouco dos seus gatilhos que os levam a ter padrões repetitivos e um ego extremamente punitivo.
Vivemos em uma sociedade que tem muita dificuldade em olhar para suas escolhas, existe um grande medo da perda, porque essa perda acarreta a necessidade de arcar com as consequências da sua escolha, desta forma nós passamos a querer terceirizar as nossas escolhas, colocar alguém como responsável, como crianças indefesas, a maioria das vezes de maneira inconsciente, procura-se um terapeuta, um pastor, um padre, um líder religioso e um líder politico que possa por assim dizer decidir por ela!
"Eu me engano, pois se eu não escolher não serei culpado pelas consequências das minhas escolhas! e eu poderei culpar outro por isso."
Mas não escolher é uma escolha!
A busca por não escolher leva a perda da "liberdade"! Nos ciclos naturais os seres vivos estão lidando constantemente com as escolhas dentro da dinâmica dos ciclos naturais, a perda leva a movimentação dos ciclos em toda a nossa volta, e isso acontece em nossa vida também.
Quando relutamos em escolher, por assim dizer é uma tentativa de padronizar e minimizar os efeitos do que é viver e "Viver é Entropico!" A tentativa de controle de minimizar ilusoriamente as consequências da escolha leva a perda da liberdade, fluir diante da vida em um ato de "estar", lidando e aceitando as consequências de nossas escolhas nos trás de volta a vida e suas vicissitudes.
Um profundo processo de análise pode ajudar a conhecer si mesmo, nôs reconectando a esses ciclos naturais, e assim entender que por mais que eu não queira eu sempre serei o responsável pelas minhas escolhas.
A psicanálise ajuda a olhar o quanto sou responsável pelo sofrimento atual! E entender que tenho determinadas escolhas e muitas vezes esse sofrimento vem de não escolher de não decidir. A não escolha e o não saber manusear a culpa, atrasa nossa emancipação. O processo de análise é o rito de passagem atual.
O individuo para de negar suas escolhas, deixa de ser uma criança indefesa, passa a entender os seus desejos e a respeitar as suas vontades sabendo lidar com os pesos e contra pesos de sua ética interna.
A análise nos proporciona liberdade, liberdade essa de estar e fluir, mesmo diante do sofrimento que é inerente a existir, mesmo diante disso podemos estar plenos, completos e seguros de si mesmo.