30/05/2025
Bom dia!🌻
Sobre um assunto pouco falado, mas fundamental.
Separações nem sempre são causadas por um único motivo ou ocorrem de uma hora para outra.
Geralmente são construídas aos poucos: no acúmulo de pequenos descuidos, silêncios prolongados, palavras não ditas, acúmulo de frustrações, nos olhares desviados e de gestos que, antes conectava, deixaram de existir.
Como psicóloga, que também observa o mundo como mulher, percebo o quanto a rotina, o individualismo e o uso excessivo de redes sociais têm ocupado o espaço da conversa, da escuta, da intimidade, do fortalecimento do vínculo.
Passamos, em média, 3h30 por dia nas redes sociais. Esse tempo está vindo de algum lugar. Muitas vezes, da atenção ao outro, ao relacionamento.
É comum ver casais sentados frente a frente mas com os olhos voltados para baixo, cada um com sua tela, cada um em seu mundo. De corpos presentes e a mente, em qualquer outro lugar.
E dentro de casa nem sempre é diferente.
Ouço muitas mulheres que se sentem sozinhas dentro da relação. Sobrecarregadas, não só pelas tarefas, mas pela sensação de que tudo depende delas.
Não é apenas um cansaço físico. É um cansaço emocional, mental, afetivo.
Muitas vezes, o parceiro não percebe.
Não por falta de amor. Mas porque o cuidado deixou de ser algo compartilhado e o afeto ficou para depois. E também, porque vivemos em uma sociedade que, por muito tempo, ensinou os homens a não olhar para isso.
Muitos não foram educados para cooperar, para cuidar, para se envolver de forma ativa e emocionalmente presente por seu lar, filhos, e relacionamento.
Como se o cuidado fosse algo alheio a eles.
Aprenderam sobre valorizar produtividade, desempenho, mas não sobre como atenção, presença e sensibilidade também sustentam uma relação.
⚠️E não! Isso não é uma acusação aos homens. Mas um convite à reflexão sobre um modelo cultural que, muitas vezes, limita o cuidado, sufoca a escuta e desequilibra as relações.
Separar pode ser um ato de coragem.
Mas antes disso, talvez a maior coragem esteja em olhar para a relação com honestidade e se perguntar:
Estamos juntos ou apenas coexistindo?
Ainda há espaço para o cuidado?
Nós escutamos ou apenas reagimos?
Estamos cultivando afeto ou só cumprindo papéis?
⚠️É claro que há relações que adoecem, que machucam, que violentam, que silenciam de forma perigosa.
Se for esse o caso, não é sobre se perguntar “o que deixamos de cuidar”. É sobre se proteger.
Porque há vínculos que não precisam de reparo, e sim de limite, distância e cuidado com a própria vida.
Espero que tenha sido útil para você.
Se você se identificou e não está conseguindo lidar sozinha(o), conte comigo! 💚