19/01/2024
O que fazer quando sei o que fazer, mas penso que não dou conta?
Escutei essa frase de um norte-americano e guardei-a para mim: “A coisa principal é fazer da coisa principal a coisa principal”. Isso pode ser aplicado a tudo na vida, desde uma simples decisão à situações mais complexas
Quanto mais complexa a situação, maior será o grau de dificuldade para uma tomada de decisão consciente e consistente
Situações em que o sentimento predomina sobre a razão, as possibilidades de ação serão sempre passionais, saber o que fazer não é o bastante nessas horas e pergunta inquietante é…
O que fazer quando sei o que fazer e não faço por pensar que não dar conta de fazer? Preciso dizer para mim mesmo: eu não dou conta de fazer isso ou aquilo, diz de uma insegurança muito grande, acompanhada de muitos medos, sendo o principal deles, o medo de perder a oportunidade de ser feliz, o que gera uma expectativa constante e ilusória
Usar a razão quando se está contaminado pela emoção e por sentimentos passionais nem sempre funciona, uma vez que a força da paixão predomina sobre a razão
Se a paixão é inimiga da razão, essa situação promoverá uma guerra interior inglória em que não haverá um ganhador, somente perdedores com sequelas que poderão nunca desaparecerem
Esse estado de dominação interna se aproxima muito das relações codependentes, as quais são muito difíceis de serem curadas. “Tá ruim assim, mas tá bom” eu sei o que preciso fazer, mas não quero fazer
A resposta mais razoável em lugar do “eu não dou conta” seria o “eu não quero fazer isso”, porque dizer que não dá conta é assumir-se incompetente e incapaz diante da vida, mas todos somos competente e capazes
Numa decisão em que provavelmente haverá perdas irreparáveis, não decidir beira a insanidade o poderá paralisar a vida internamente, bloqueando a dimensão do sentir, podendo ainda levar a uma correria sem fim, como que correndo atrás do vento, em busca de um nada como preenchimento da falta
Evanildo Ferreira da Silva
Psicólogo - CRP 04/57323