Psicólogo Lucas Alencar

07/08/2023

Todo final de ciclo se trata de um desinvestimento, daquilo que foi e já não é mais, e aos poucos poder se conectar e investir no novo é um processo que por si só, pode ser muito doloroso para algumas pessoas a depender do quanto elas investiram de si naquilo que se desprenderam.

Pensemos em um relacionamento amoroso como exemplo, onde duas pessoas se esforçam para fazer aquele encontro apesar dos desencontros acontecer, até onde conseguirem, investem sua libido, seus afetos, apostam uma parte de si na relação, e quando acabam por romper essa relação, se deparam com o novo, que por vezes dá muito medo.

O desinvestimento é um processo doloroso, mesmo que estejamos falando de uma relação onde havia muita turbulência, ainda assim, ao romper com o outro, o sujeito se depara com o luto, e não o luto pela relação real, mas o luto/perda pelo seus ideais com aquele outro, o luto por aquilo que a pessoa acreditava e que fazia ela estar investindo apesar dos apesares. Por isso o desinvestir é um processo difícil que leva tempo até que o outro possa se reencontrar em si e ver o que do outro ficou em si. Lembrando a frase "Aqueles que passam por nós, não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós". Antoine de Saint-Exupery

03/08/2023

Quem nunca já parou em um dado momento e pensou mesmo que por um milésimo de segundo "Olha eu aqui, fazendo a mesma coisa que disse que não ia mais fazer", ou até mesmo se mergulhando em relações amorosas ou de amizade de muito sofrimento e tendo sempre os mesmos desfechos, como se mudasse somente os personagens da história, mas o enredo se repetisse e repetisse e você já até suspeitasse que iria cair no mesmo lugar, mas não conseguisse se desprender dessa posição.

Isso ocorre também de maneira transgeracional, ou seja, quando no seio de uma família, determinados modos de agir que trazem sofrimentos para o sujeito, é transmitido a partir de identificações, de forma inconsciente de uma geração para a outra, se formando um sintoma psíquico ou um enrosco entre os membros daquela família.

Fazer análise ou psicoterapia psicanalítica é um ato de coragem, porque é nesse espaço com confiabilidade e tempo, que a dupla psicoterapeuta e paciente vão trabalhar juntos para olhar esses ciclos, essas amarras e fazer contato emocional para que algo dali se dissolva e seja elaborado.

03/08/2023

Quem nunca já parou em um dado momento e pensou mesmo que por um milésimo de segundo "Olha eu aqui, fazendo a mesma coisa que disse que não ia mais fazer", ou até mesmo se mergulhando em relações amorosas ou de amizade de muito sofrimento e tendo sempre os mesmos desfechos, como se mudasse somente os personagens da história, mas o enredo se repetisse e repetisse e você já até suspeitasse que iria cair no mesmo lugar, mas não conseguisse se desprender dessa posição.

Isso ocorre também de maneira transgeracional, ou seja, quando no seio de uma família, determinados modos de agir que trazem sofrimentos para o sujeito, é transmitido a partir de identificações, de forma inconsciente de uma geração para a outra, se formando um sintoma psíquico ou um enrosco entre os membros daquela família.

Fazer análise ou psicoterapia psicanalítica é um ato de coragem, porque é nesse espaço com confiabilidade e tempo, que a dupla psicoterapeuta e paciente vão trabalhar juntos para olhar esses ciclos, essas amarras e fazer contato emocional para que algo dali se dissolva e seja elaborado.

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31/07/2023

Para explicar sobre ruminação mental, podemos ir para a origem do termo "ruminação" e fazer uma clara analogia com animais ruminantes como a vaca. O processo digestivo é um tanto diferente do nosso, seres humanos. Ela mastiga, engole o alimento, mas depois esse mesmo alimento retorna para a sua boca para poder mastigar uma segunda vez, sendo que pode se repetir até mais vezes.

A ruminação mental é quando ocorre o mesmo
processo, só que por excesso de pensamentos dos quais não temos um domínio. Logo eles invadem nosso aparelho psíquico, e ficam ali, tentando ser simbolizados, ou digeridos, mas sem muito sucesso, mesmo que queiramos ter algum tipo de controle, o que muitas das vezes pode até mesmo piorar a
situação.

Trazem sentimentos e sintomas muito penosos na maioria das vezes, como culpa, ansiedade extrema, preocupação e até mesmo insônia e podendo desenvolver uma depressão.

Os conteúdos dos pensamentos podem ser em torno de uma situação de um passado distante, como também de situações do presente referentes ao trabalho, família e sobre atitudes que você pensa que deveria ter feito e não fez, falado e não falou etc.

31/07/2023

É bastante comum na experiência clínica se ouvir "Sou oito ou oitenta, ou eu quero tudo ou não quero nada, ou eu permito demais ou nem faço", ou seja, um modo de ser e até mesmo muitas vezes, um modo de sofrer atrelado à movimentos extremistas, seja nas relações com pessoas, onde muitas vezes o sujeito se percebe entregando e se envolvendo demais naquilo que é do outro, e consequentemente, se perdendo no outro, ou o movimento oposto, quando o sujeito restringe e se blinda das relações, vivendo constantemente nas polaridades ou/ou "OU afrouxo demais OU aperto demais". Isso também pode aparecer na relação do sujeito com o dinheiro, também trazendo muita angústia e sofrimento.

O trabalho psíquico realizado em psicoterapia, vem no sentido de poder compreender emocionalmente o que faz o sujeito viver entre extremidades, explorando novas possibilidades de agir e ampliando os horizontes, para que os afetos possam circular de maneira não só cristalizada. É um trabalho psíquico que irá depender de cada pessoa no seu próprio ritmo, pois cada um leva o seu próprio tempo para perceber até que ponto isso a faz sofrer.

18/03/2023