16/09/2021
Alimentação suga salário: montes-clarense tem levado cada vez menos itens do mercado para casa
Comer está cada dia mais caro. A alimentação continua como o grande vilão da inflação em Montes Claros, que bateu o patamar de 1,20% em agosto – o maior do ano na cidade.
O acumulado nos oito meses deste ano é de 6,13%, índice muito acima dos 4,4% registrados no mesmo período de 2020. O grupo alimentação – o que mais pesa na composição do índice – sofreu uma variação de 2,61%.
É o que mostra a pesquisa de variação de preços (IPC) do mês de agosto, realizada pelo Departamento de Economia da Unimontes.
Além da comida, houve impacto também das tarifas de energia elétrica e água, do gás de cozinha e dos combustíveis.
Na lista de itens que mais sofreram aumento estão o café, com variação de 11,66%; a margarina, 4,90%; o açúcar, 3,72%; e o óleo de milho, 2,77%.
De acordo com a economista Vânia Vilas Boas, coordenadora da pesquisa, a prática de substituir produtos, colocando na cesta itens mais baratos, é uma dica válida, mas em alguns casos não está sendo mais suficiente.
“As pessoas estão deixando de consumir alguns itens em função do aumento expressivo em outros grupos. É o momento em que o consumidor se vê em uma grande restrição de orçamento e, consequentemente, tem que abrir mão de itens básicos e necessários à sua alimentação e qualidade de vida”, destaca a professora.
Cada vez que o consumidor vai ao supermercado, é um novo susto e é preciso repensar o orçamento. “Os preços estão subindo muito rápido. Óleo de soja, por exemplo, era o mais barato e custava menos de R$ 3. De uma hora para outra saltou para mais de R$ 7. Ficou impossível comprar outros óleos, como o de girassol”, diz a dona de casa Antônia Caldeira, que a cada 15 dias vai ao supermercado.
Antônia percebeu um refresco no preço do arroz em comparação ao mês passado. “Teve uma pequena queda, mas, mesmo assim, arroz e feijão é o básico, é o que mais prejudica a família de baixa renda”, lamenta.
Por causa da pandemia, a dona de casa evita circular para fazer pesquisa de preços. Escolhe um supermercado que tenha mais espaço e mais opções, possibilitando a substituição de alguns itens.
Márcia Vieira
O NORTE