26/05/2025
O termo "chupeta digital" tem sido cada vez mais utilizado por especialistas para descrever a prática comum de acalmar crianças pequenas por meio do uso de dispositivos eletrônicos, como telemóveis e tablets. Essa expressão faz uma analogia direta com as tradicionais chupetas de borracha.
Com a popularização dos dispositivos móveis e o fácil acesso a conteúdos audiovisuais, muitos pais e cuidadores recorrem a esses aparelhos como uma solução rápida e eficaz para acalmar os filhos em momentos de birra, choro ou tédio. No entanto, especialistas em desenvolvimento infantil alertam para os possíveis impactos negativos dessa prática, especialmente quando usada de forma excessiva e sem controle.
Estudos indicam que a exposição precoce e prolongada às telas pode afetar o desenvolvimento cognitivo, social e emocional das crianças. Podendo comprometer habilidades essenciais, como a capacidade de autorregulação emocional, uma habilidade essencial para que a criança aprenda a lidar com emoções como frustração, tristeza e ansiedade, prejudicando também a interação social e a criatividade. Além disso, pode levar a um aumento na dependência desses meios para lidar com frustrações e dificuldades do dia a dia.
Quando um dispositivo é constantemente utilizado para silenciar o desconforto emocional, a criança perde oportunidades importantes de desenvolver mecanismos internos para processar e expressar seus sentimentos de forma saudável. Esse comportamento pode resultar em uma maior intolerância a frustração e dificuldades futuras na gestão emocional.
Por fim, a dependência da tecnologia como recurso para acalmar pode impactar negativamente o vínculo entre pais e filhos. O contato afetivo, como diálogo, o colo e a atenção dos cuidadores, é essencial para que a criança se sinta segura e compreendida emocionalmente. Quando esses momentos são substituídos por interações com dispositivos eletrônicos, pode haver enfraquecimento da conexão emocional e um impacto na construção da empatia e da inteligência emocional da criança.
Uma dica para os pais: é importante estabelecer limites e encontrar um equilíbrio saudável, proporcionando experiências reais e enriquecidoras.