
10/11/2023
Tornar-se negra/e/o, descobrir-se negra/e/o ou simplesmente alcançar uma consciência sobre os significados de ser uma pessoa negra nessa sociedade, não é um acontecimento simples. Quando a gente se apercebe da condição de negritude, a partir de um processo que certamente envolve diversas afetações, aparece muitas vezes a necessidade de endereçar, encaminhar aquela constatação, que perceptivelmente ainda não está pronta, acabada. Aí surgem outros dilemas, cobranças, expectativas. Preciso afrocentrar meus relacionamentos? Preciso viver uma religiosidade de matriz africana? Participar de um movimento social? Adotar perspectivas teóricas e temas de pesquisa que envolvam as relações raciais? Entre tantas outras questões. Recai sobre nós, mais uma vez, uma responsabilidade. E nesse ponto é muito interessante quando temos a oportunidade de refletir sobre o que é possível para nós. Nessa experiência que, embora seja compartilhada, é também singular, o que ocorreu em mim? Quais são os efeitos do racismo/machismo/LGBTQIA+fobia/Capacitismo/Gordofobia não só na minha subjetividade, mas nas condições materiais de existência que estão ao meu entorno? Quais são os compromissos que desejo e tenho condições de assumir? Como me nutro, encontro motivação e contribuo para construção de outras e melhores condições de existência nesse mundo? O que eu faço agora? Você, já pensou sobre isso? Já teve a oportunidade de ter um espaço (físico e temporal) para pensar sobre isso de maneira sistemática? Responde aqui nos comentários.