18/05/2025
O dia 18 de maio marca uma das mais importantes lutas pelos direitos humanos no Brasil: a luta antimanicomial. Mais do que uma data no calendário, é um grito coletivo por dignidade, respeito e liberdade. A luta antimanicomial nos convida a repensar a forma como a sociedade enxerga o sofrimento psíquico — não como algo que deve ser segregado, isolado ou trancafiado, mas como uma parte da complexidade humana que precisa ser acolhida, compreendida e cuidada em liberdade.
Durante muito tempo, os manicômios foram espaços de silêncio e esquecimento, onde pessoas eram afastadas da sociedade sob o pretexto de tratamento. Mas o que se via ali, muitas vezes, era abandono, violência e a negação da identidade. A luta antimanicomial surge como uma resistência a esse modelo opressor, defendendo uma saúde mental baseada em cuidado, em vínculos e na valorização da pessoa em sua totalidade.
Essa luta não é apenas dos profissionais da saúde ou dos usuários do sistema — é uma causa social, política e ética. É sobre construir uma sociedade que reconhece a loucura não como uma falha, mas como uma expressão legítima do humano. Uma sociedade que entende que liberdade também cura.
Lutar contra os manicômios é lutar contra todas as formas de exclusão, contra os muros invisíveis que ainda separam aqueles que sofrem dos espaços de pertencimento. É lutar por uma nova lógica de cuidado, por Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), por terapias comunitárias, por arte, por escuta. É lutar para que ninguém mais seja definido apenas por um diagnóstico.
Que neste 18 de maio possamos abrir, mais uma vez, as “gaiolas” da indiferença e do preconceito. Que os passarinhos da liberdade mental possam voar longe, amparados por uma sociedade mais justa, mais afetuosa e verdadeiramente humana.