21/08/2017
Dedique tempo ao seu paciente! É tempo o que ele mais precisa de vc! Ouça, pergunte, explique!!! E tudo sairá da melhor maneira possível!!!
" A realidade da Medicina.
Hoje pela manhã escutei como o sistema mastiga os indivíduos.
Bom cirurgião, simpático, prestativo e bastante rápido em suas cirurgias. Não era muito experiente, tendo 8 anos de formado.
Sendo um sujeito afável e pró-ativo, caiu nas graças dos pacientes, dos gestores do hospital e da secretaria de saúde.
Com isso, a demanda aumentou e foram aparecendo cada vez mais e mais pacientes. E a pressão por ser mais produtivo, passou a ser cada vez maior e mais recoberta de infindáveis elogios úteis...
As altas hospitalares cada vez mais precoces, as consultas pré-cirúrgicas e as visitas médicas de rotina à jato. Todos muito felizes.
Até que...
a paciente jovem e obesa, encaminhada para cirurgia de vesícula, não contou que tomava anti-concepcionais. Ele não perguntou e assim não orientou...
Estava feita a desgraça. TVP no pós-operatório imediato, TEP maciço e morte aos 22 anos de idade.
Anjo caído, cão leproso, figura não grata...os mesmos bajuladores, passaram as críticas ferozes, os gestores que pressionaram por mais e mais rapidez, mais e mais cirurgias, agora diziam que já haviam alertado e avisado sobre a sua "conduta inadequada". Veio a sindicância, os processos, o linchamento moral, o tribunal...os vários pacientes operados que sofreram horrores na mão do monstro açougueiro e assassino, que ganhou cerca de 100 reais por essa cirurgia. E vai perder no mínimo 2000 vezes isso. Mas o pior de tudo, perdeu a dignidade, o nome, o respeito...
Conto isso, porque nunca, nunca mesmo, devemos fazer aquilo que os outros querem que a gente faça e sim o que é tecnicamente correto. O bajulador de hoje é o seu algoz de amanhã. A medicina é um ofício técnico. Não é dom, não é vocação, não é arte e nenhuma outra dessas bobagens que estamos acostumados a ouvir. Ela tem seus prazos, sua forma de agir e seu tempo. Quando subestimamos essa simples verdade, o preço a pagar é tão alto, que não há dinheiro que o compense... " (Autor desconhecido)