
11/06/2025
Morre lentamente
quem deixa de sonhar,
quem para de buscar o novo,
quem recusa a beleza que nasce do inesperado.
Morre aos poucos
quem não lê,
quem não viaja,
quem não se perde em uma música,
quem não consegue rir de si mesmo.
Morre sem perceber
quem destrói a própria autoestima,
quem se recusa a pedir ou aceitar ajuda,
quem cala as dores e tranca os sentimentos.
Morre em vida
quem se torna escravo da rotina,
quem caminha sempre pelo mesmo caminho,
quem não ousa mudar de perfume,
trocar de cor,
ou conversar com um estranho na fila do mercado.
Morre no silêncio da zona de conforto
quem foge da paixão,
quem evita o abismo doce das emoções intensas,
essas que acendem os olhos e fazem o coração tropeçar de novo.
Morre lentamente
quem não tem coragem de virar a mesa,
de dizer basta a um trabalho sem sentido,
ou a um amor que já não pulsa.
Morre aquele que não se arrisca pelo incerto,
que não corre atrás de um sonho,
que não ousa — ao menos uma vez —
desobedecer os conselhos sensatos em nome da própria liberdade.
Viva hoje.
Arrisque hoje.
Mude hoje.
Não se permita morrer um pouco a cada dia.
A vida é agora.
E a coragem, uma forma de renascer.
— Martha Medeiros