20/08/2025
O dia em que eu quase chorei por causa de uma cor de bexiga.
Esse é o post mais desmotivacional que você vai ler hoje. Talvez eu me arrependa de ter publicado, então vamos combinar que se por acaso eu apaga-lo, vocês fingem que ele nunca foi escrito.
Eu tenho andado muito cansada. Nós temos andado muito cansado. As vezes sinto que o “estar cansado” é o novo normal da humanidade.
Converso com minhas amigas ou com as mães dos meus pacientes e o sentimento é geral, estamos todos exaustos.
Tenho tido taquicardia cada vez que alguém me manda mensagem querendo marcar uma reunião, uma visita a um estabelecimento novo ou acrescentar qualquer compromisso na minha já atribulada agenda. Cheguei a pensar que pudesse estar desenvolvendo uma fobia social, mas na verdade, acho que estou só com um pezinho no burnout.
Percebi que estava passando do limite quando fiquei nervosa por ter que decidir a cor da bexiga ao redor da mesa do parabéns que minha filha irá cantar com os amigos da escola.
Não precisa me julgar como uma patricinha dramática ou uma mãe ruim, eu já me julguei o suficiente. Mas sensação é que meu copo já está tão cheio de decisões que precisam ser tomadas, que quando caiu mais uma microgota, ele transbordou.
O WhatsApp e o home office derrubaram as fronteiras entre trabalho e descanso. Não é possível se desligar totalmente nem nas férias. A gente só trabalha com uma paisagem diferente. Sem contar todas as demandas da maternidade, a pressão pela aparência e autocuidado. Uma lista sem fim.
Sei que sou privilegiada, sou grata pela minha profissão, pela minha família. A pressão pela performance é tão grande, que eu me sinto culpada até por reclamar.
A gente cresce ouvindo que precisa dar o nosso máximo e damos. Mas tem horas que eu só queria me sentir livre para dar o meu mínimo.
As vezes o nosso mínimo é o máximo que podemos naquele momento.