27/03/2022
Na família moderna, os pais vivem uma rotina corrida para dar conta de todas as suas atividades, e sem perceber, convidam seus filhos a participar disso. Qual é o valor da infância?
Inglês na segunda, quarta e sexta. Natação na terça e na quinta. Violão é na quinta, mas precisa treinar pelo menos trinta minutos por dia. Na escola é integral, chegou já vai e faz a tarefa antes de fazer "graça". E no final de semana? A gente descansa, mas sem barulho, por favor!
Esta é a rotina que muitas famílias na atualidade oferecem a seus pequenos. Os pais vivem uma rotina corrida para dar conta de todas as suas atividades, e sem perceber, convidam seus filhos a participar da mesma correria.
Os pais pensam em dar aos filhos todos os brinquedos e bonecas que não tiveram quando eram crianças, mas não se dão conta de que, na verdade, o que ficou em relação a seus pais foi o afeto.
Hoje, se sentem conectados aos seus pais como nunca, mas não percebem a mesma conexão de seus filhos em relação aos avós e não compreendem.
Sim, eu concordo que é necessário pensar no futuro, mãe. Compreendo a sua preocupação, pai, se hoje já está difícil entrar no mercado de trabalho, imagina daqui dez, quinze anos! Mas reflitam comigo: qual é o preço que sua família pode estar pagando por isso?
Talvez, todo este esforço só se torna algo negativo de verdade quando nossas crianças começam a confundir preço e valor.
Tudo o que tem preço tem seu valor.
Mas nem tudo o que tem valor tem preço! Já pensou nisso?
Se voltar ao passado e revivê-las é impossível, a melhor solução é recriá-las no presente. Não é necessário tirar férias para isso, poucas horas, porém vividas com intensidade, serão o bastante. Seus filhos, sem querer querendo, vão descobrir que você já foi criança um dia. E vão adorar isso!
Tudo o que uma criança precisa para crescer e aparecer é disso, um espaço para usar sua imaginação, criatividade e principalmente, criar memórias carregadas de afeto para o futuro. Esta sim é a melhor herança, o melhor legado que um pai pode dar a um filho.
Texto: Daniel Corrêa Leite de Oliveira